Cassado pelo Tribunal de Justiça, derrotado na tentativa de reeleição e dizendo-se sem forças para enfrentar uma oposição muito agressiva, o prefeito de Rio Branco do Sul, Amauri Cezar Johnsson (PSC) renunciou, ontem, à administração municipal.
Derrotado nas urnas por Adel Ruts (PP), por 65% a 34%, Johnsson teve um mandato bastante conturbado. O ex-prefeito atribuiu sua renúncia às dificuldades enfrentadas na administração e à situação complicada vivida pelo município desde o início de seu mandato.
Ele criticou a atuação da oposição, “que só prejudicou o desenvolvimento da cidade” e reclamou da postura de seu vice, Emerson Stresser (PMDB), que responde pela prefeitura nestes últimos três meses de mandato e voltará a ser vice-prefeito, já que disputou a eleição na chapa de Ruts.
Segundo colocado nas eleições de 2004, Johnsson assumiu a prefeitura em março de 2005, quando o prefeito Pedro Portes de Barros (PP) foi cassado por compra de votos. Em 2006, o prefeito já respondeu o primeiro processo por improbidade administrativa, acusado de desvio de função de servidores públicos e de fraude em licitações.
No ano seguinte, Johnsson foi cassado pela Câmara Municipal por desvio de recursos públicos, contratação irregular de obras e serviços e fraude em licitação. Conseguiu voltar ao cargo por força de liminar da Justiça, mas foi novamente afastado, na semana passada, dia 16.
Desta vez pelo Tribunal de Justiça, acatando denúncia do Ministério Público que apontou as mesmas irregularidades, que já somariam um prejuízo de R$ 7 milhões ao município.
Após a derrota no último dia 5, Johnsson foi acusado de abandonar a prefeitura. Ele deixou a cidade e, coincidentemente, alguns serviços básicos do município, como atendimento em postos de saúde, bombeamento de água e coleta de lixo deixaram de funcionar.
O prefeito, que decretou ponto facultativo para o funcionalismo nos dois dias seguintes à eleição (para evitar tumultos), também foi acusado de atrasar o pagamento do funcionalismo. No último dia 9, após retornar à cidade, Amauri atribuiu todos os problemas a “sabotagem da oposição”.
Pouco mais de uma semana após reassumir a prefeitura, Johnsson recebeu um novo golpe, tendo o mandato cassado pelo Tribunal de Justiça. Apesar de ter declarado que recorreria ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o prefeito de Rio Branco do Sul acabou renunciando na tarde de ontem.