Dossiê não abala tranqüilidade de Gustavo Fruet

Um dossiê foi enviado por email aos deputados federais, dizendo que o candidato à presidência da Câmara Federal, Gustavo Fruet (PSDB-PR), supostamente haveria obrigado funcionários a lhe repassar parte dos vencimentos, quando foi vereador de Curitiba. Segundo Fruet, a denúncia é velha, surgida no ano passado, quando era cotado para disputar o governo do Estado.  

O deputado disse que as denúncias estão relacionadas à política paranaense e previu que a campanha pela presidência do Legislativo será daí, para pior. O deputado disse que pediu investigação da origem de toda a denúncia. ?Estou tranqüilo?, declarou Fruet, lembrando que um depoimento sobre a suposta apropriação dos salários dos funcionários já foi desmentido.

O email era supostamente assinado pelo advogado paranaense Genésio Felipe de Natividade, que, porém, negou a autoria mensagem. ?O conteúdo da correspondência eletrônica é falso?, disse. Natividade não sabe porque seu nome foi escolhido pelos detratores de Fruet, mas afirmou conhecer o funcionamento da política. ?O jogo político é muito cruel. E uma parcela dos políticos não preza pela ética. Talvez por eu ser advogado eleitoral e já ter sido membro do PSDB, acharam que a história seria plausível?, disse o advogado.

O endereço eletrônico do remetente da mensagem era genesionatividade@wualla.com, e a sede do provedor desse serviço de emails é Israel. A assessoria de Fruet informou que o deputado pediu à Embaixada de Israel que investigue o caso.

A denúncia

Quando Fruet era cotado como ?terceira via? para o governo do Paraná, no ano passado, (as outras opções do PSDB eram aliança com o governador Roberto Requião, ou apoio ao senador Osmar Dias, do PDT), Fruet foi alvo do mesmo tipo de denúncia. Em fiz de maio de 2006, a revista Istoé publicou, sob o título ?Dossiê Fruet?, uma reportagem envolvendo acusações feitas por ex-funcionários do tucano que prestaram depoimento ao Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos, da Polícia Civil do Paraná. De acordo com a reportagem, os ex-funcionários teriam acusado Fruet de ficar com um parte dos seus salários, quando foi vereador em Curitiba. Porém, ao serem procurados pela revista, os ex-funcionários de Fruet não confirmaram as afirmações.

Lamentável

A respeito do episódio, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse ontem que considera lamentável e condenável qualquer ato que tente levar, durante a campanha para a presidência da Câmara, as discussões políticas para os ataques pessoais e as denúncias. Para Aldo, o cargo em disputa deve ser uma aspiração dos candidatos que possam manter os debates no campo das idéias ?e não na política de conspiração, na política de dossiês?. Aldo deixou claro que sua campanha para reeleição deve dispensar todos os dossiês que eventualmente surgirem.

Carta

O candidato à presidência da Câmara Gustavo Fruet lançou ontem uma carta de compromissos de campanha com 12 pontos programáticos. No documento, o tucano reafirma a defesa pela autonomia do Congresso e enfatiza que é preciso buscar uma relação de independência com o Executivo. Ele condena o excesso de medidas provisórias (MPs), que ?travam? os trabalhos do Legislativo e enfatiza seus lemas de campanha: a valorização do debate com a sociedade sobre os temas de interesse do país e a reconstrução da imagem do parlamento.

1.ª Secretaria

Se a campanha pela presidência da Câmara começa esquentar, o mesmo deve ocorrer para o cargo de primeira secretaria da mesa diretora. O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) registrou ontem sua candidatura ao cargo. Considerado ?candidato avulso? – ou seja, não teve o nome aprovado pelo partido – Serraglio é o primeiro deputado a registrar candidatura a um cargo da Câmara. Como o PMDB só vai se reunir no dia 31 para escolher um nome, Serraglio afirmou que independente da decisão partidária, pretende iniciar campanha. ?Eu deixei claro ao partido que vou brigar pela mesa executiva. Tenho densidade no plenário e não vou ceder. Mas acredito que o PMDB acabe por me indicar?, declarou.

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