Hermas vence apertado e leva o PSDB para Requião

O grupo liderado pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, venceu ontem por apenas cinco votos de vantagem a convenção do PSDB, que aprovou a proposta de aliança com o PMDB, em torno da reeleição do governador Roberto Requião.

A posição de liberar o partido para a eleição ao governo, o que se traduzia em apoio informal à candidatura ao governo do senador Osmar Dias (PDT) obteve 200 votos. Já a coligação com o PMDB e a indicação de Brandão para candidato a vice-governador foi aprovada por 205 votos. Foram registrados ainda quatro votos em branco e outros quatro votos nulos entre os 413 delegados que participaram da convenção.

Diante do resultado, o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, que junto com o senador Alvaro Dias, defendia o apoio a Osmar, não acredita que seja possível reunificar o partido, nesta campanha eleitoral. "Não podemos nos enganar. O partido está dividido. E nós só vamos sentar, agora, no dia 2 de outubro, para tentar consertar o estrago", afirmou.

Rossoni disse que, se houver uma possibilidade legal, irá fazer campanha para o senador Osmar Dias. E se a lei impedir seu apoio ao pedetista, irá se manter neutro na eleição para o governo. "Vou pedir licença ao partido para que me deixe na paz política", resumiu o deputado.

O senador Alvaro Dias não compareceu à convenção. Ele estava em Maringá, para o sepultamento do pai, Silvino Dias, que faleceu na manhã de ontem. Alvaro não aceita o acordo com o PMDB e pretende conduzir sua campanha de forma isolada da aliança com Requião. Ele irá apoiar informalmente o irmão.

Já Brandão fez um apelo à unidade, afirmando que as divergências entre as duas alas deveriam acabar junto com a convenção. "O partido está acima dessas divergências. Elas ficam para trás depois do resultado da convenção", disse Brandão, afirmando que o PSDB não se preparou para lançar um candidato ao governo nesta eleição.

Futuro

Durante a convenção, Rossoni disse que a aliança com o PMDB era "um estupro" político e que comprometia o futuro do partido no estado. O presidente do diretório tucano afirmou ainda que o governador irá esmagar os candidatos tucanos à prefeitura nas eleições de 2008. "Em dois anos haverá eleição municipal e quem pisará no pescoço de vocês é o PMDB", disse o presidente do PSDB, dirigindo-se aos prefeitos.

Brandão rebateu, afirmando que o governador tem sido correto com o PSDB e que se comprometeu a apoiar a reeleição de Beto Richa para a prefeitura de Curitiba. "Ele assumiu um compromisso público de apoio ao Beto em 2008", garantiu o deputado tucano.

Beto Richa disse que não sabe se apoiará Requião ao governo. Ao votar ontem, o prefeito de Curitiba afirmou que, certo mesmo, é que a partir da próxima semana estará trabalhando em benefício da candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República. Sobre Requião, afirmou que respeita a decisão do partido, mas que irá avaliar a possibilidade.

Já o deputado federal Gustavo Fruet deixou claro que não irá seguir a decisão do PSDB. Gustavo, que rompeu com o PMDB e o governador em 2004, afirmou que a população não iria entender se alterasse sua posição em relação a Requião. "Eu saí do governo para estar na oposição. Não faz sentido. Além disso, essa coligação é um cavalo de Tróia no PSDB", resumiu. 

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