Requião diz que inimigos se juntaram a Osmar Dias

Em entrevista ontem à Rádio BandNews, o governador Roberto Requião (PMDB) disse que o senador Osmar Dias (PDT) está aglutinando em torno da sua candidatura ao governo todas as forças adversárias a ele e também os grupos econômicos que vem combatendo nestes três anos e meio de mandato. "O Osmar não merecia a aliança que se formou em torno dele. Mas a ambição de ser governador o levou a se aliar a eles", disse Requião, que aguarda hoje o resultado da convenção do PSDB, que decidirá sobre a aliança com o PMDB.

Requião sustentou que a maioria do PSDB aprova o apoio à sua reeleição e que a resistência se limita a um grupo formado pelo senador Alvaro Dias e os deputados federais Gustavo Fruet e Luiz Carlos Hauly. "Eles não são nem uma ala. Mas uma trinca. Nem chegam a quatrilho", provocou o governador.

O apoio da maioria dos deputados estaduais do PSDB ao governo foi um dos argumentos usados pelo governador ao reafirmar que não há divisão no PSDB quanto à aliança com o PMDB, mas apenas um foco de resistência. "Durante todo o meu governo, a bancada esteve na base de apoio", disse. Dos nove deputados tucanos, sete fazem parte da base aliada ao governo e estão alinhados ao presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, que lidera a ala favorável à aliança com Requião.

Sobre o rumo das discussões na campanha eleitoral, o governador afirmou que sua intenção é apresentar seus projetos e relatar suas ações neste mandato. Mas avisou que estará pronto a rebater aos seus ataques. "Se me provocarem, eu não esqueci ainda o uso do tacape", brincou.

Desaforo

Na entrevista, o governador não poupou o candidato do PPS ao governo, Rubens Bueno, que hoje homologa em convenção a aliança com o PFL. Ex-aliado de Requião no segundo turno de 2002, Bueno rompeu com o governador no ano passado. "O ?limpinho? se juntou ao Cassio Taniguchi do caixa 2. É uma aliança estranha", atacou.

Requião considera o PPS um gênero de oposição sem projeto. "É o desaforo do rapaz que participou do meu governo. Ele passa batido. Não tem credibilidade", disse o governador, lembrando que o PPS ocupou cargos no seu governo. Ele citou o caso do ex-presidente da Compagas, Rubico Camargo; de Amadeu Geara, no BRDE, e de Luiz Caron, que ainda ocupa a Secretaria de Obras. Caron e Geara deixaram o PPS um ano depois de assumirem os cargos. Rubico Camargo é o secretário geral do PPS, que saiu do governo no início do ano passado. O PPS se afastou quando Bueno acusou o PMDB de usar o governo para cooptar prefeitos do partido.

Senado

Requião disse que se o PMDB se coligar com o PSDB, poderão ser lançados dois candidatos ao Senado. O PMDB lançaria um nome ao Senado e o PSDB poderia concorrer com o senador Alvaro Dias, afirmou o governador. Neste caso, os dois partidos não fariam coligação para o Senado. No PMDB, Requião citou como opções o ex-governador Paulo Pimentel, o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano Renato Adur e o vice-governador Orlando Pessuti.

Alcatra

Na escola de governo, anteontem, Requião denunciou que o PMDB foi procurado por siglas que tentaram vender o apoio nas eleições. O governador, entretanto, não identificou os envolvidos na tentativa de negociação. "Não posso explicitar porque teria que provar. E foram conversas particulares", justificou. 

PPS rebate as críticas feitas por Requião

O pré-candidato da coligação PPS-PFL ao governo do Estado, Rubens Bueno, rebateu ontem as declarações feitas pelo governador Roberto Requião. Bueno disse que as críticas de que o seu partido não tem propostas para governar o Paraná "são absurdas e irresponsáveis". "O projeto de governo que estamos finalizando é baseado na mais ampla consulta já feita no Paraná. Já ouvimos mais de 50 mil paranaenses através da pesquisa Fala Paraná", afirmou.

Em entrevista à Rádio BandNews, o governador disse que o PPS não teria condições de fazer oposição ao seu projeto de reeleição porque o apoiou no início do governo. Segundo Rubens Bueno, o partido só apoiou Requião no segundo turno das eleições, porque ele assumiu o compromisso de adotar, em seu plano de governo, cinco propostas que o PPS julga prioritárias. Entre elas está uma política de atendimento especial para crianças de zero a seis anos em todo o Estado, citou. "Nenhum dos compromissos assumidos por Requião foram cumpridos, o que é praxe nele. Por isso, retiramos o apoio ao governo", explicou Rubens.

Bueno disse que o PPS nunca participou oficialmente do governo Requião. Os convites partiram do próprio governador e foram aceitos sem a interferência do partido.

Para Rubens, Requião representa a velha política. Diz que "é preciso virar essa triste página da política paranaense, execrar este tipo de político e pensar um Paraná onde as instituições e as pessoas sejam respeitadas; e haja tranqüilidade para crescer e gerar empregos".

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