Convenção do PDT confirma candidatura de Álvaro Dias

A convenção do PDT, PTB e PPB, que formalizou a aliança em torno da candidatura do senador Álvaro Dias (PDT) ao governo do Paraná, ontem, no Centro de Convenções de Curitiba, teve como ponto alto um “mea culpa” do deputado estadual e candidato ao Senado Toni Garcia (PPB), que teve de fazer um pedido público de desculpas a Álvaro e ao senador Osmar Dias (PDT).

Toni se retratou pelas críticas que fez aos dois senadores durante programa exibido no horário eleitoral gratuito, quando disse que Osmar, Álvaro e o senador Roberto Requião (PMDB) faziam “gol contra” o Paraná no Senado.

O pedido de desculpas de Toni Garcia foi um compromisso que ele assumiu com as lideranças do PDT, às vésperas da convenção. Uma exigência que partiu, sobretudo, do senador Osmar Dias, preocupado com a reação da opinião pública ao fato de ter que dividir a chapa para o Senado com alguém que, há apenas um mês, criticou-o em rede estadual de rádio e TV e que vinha defendendo a candidatura de Beto Richa (PSDB) ao governo. “Sou um homem de partido. A partir do momento em que o meu partido decidiu, vou estar nesta aliança. Aproveito para pedir, de público, que o Osmar Dias e o Álvaro me perdoem pelas críticas que fiz. Reconhecer um erro é também um ato de grandeza”, justificou-se Garcia.

Osmar disse que aceitava o pedido de desculpas, mas somente ao encerrar o seu discurso, durante o qual fez várias indiretas ao colega de chapa. “Recebo todas as críticas, entendo todas as críticas, mas não mudo o que falo. Porque, antes de falar, penso muito. No dia em que eu disse que o Paraná não podia se endividar, falava como aqueles homens responsáveis deste Estado, que querem um Paraná equilibrado financeiramente”, afirmou o senador, referindo-se à sua rejeição à aprovação de empréstimos internacionais ao Estado junto à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, que deu origem aos ataques de Garcia. No final, afirmou: “Toni, eu também sou humilde. Aceito suas desculpas, porque apesar da minha cara feia, sou um homem educado”, provocou.

Diferenças

A convenção reuniu cerca de duas mil pessoas e os presidentes estaduais dos três partidos, Nelton Friedrich (PDT), Valdir Rossoni (PTB), José Janene (PPB), e ainda o presidente nacional do PTB, deputado federal José Carlos Martinez. Em seu discurso, Álvaro disse que os partidos que reuniu no seu palanque têm “origens e caminhos” diferentes, mas estão juntos, nesta eleição, em nome de um projeto comum. “Da mesma forma que administramos as divergências, também administramos as convergências”, justificou Álvaro, afirmando que pretende romper com um ciclo de “vícios” no governo. “Vamos desmembrar o nó das negociatas e investigar os contratos. Sem revanchismo e sem vingança”, afirmou.

Janene também ressaltou as afinidades do PPB com Álvaro. “Esta é uma aliança que está acontecendo com 4 anos de atraso. Nós já queríamos apoiar o Álvaro em 1998, mas isso não foi possível. Agora, finalmente, estamos juntos. Não podemos esquecer que Àlvaro foi um dos fundadores do PPB”, afirmou Janene.

O presidente nacional do PTB preferiu abordar a desconfiança que havia sobre a permanência do seu partido na Frente Trabalhista. “Todo mundo dizia que o PTB ia aceitar um ministério para ficar com o governo, que nós aceitaríamos isso ou aquilo. Mas aqui estamos. Nós não aceitamos nada. O que queremos é mudar o Brasil e o Paraná”, disse.

Suplência ainda indefinida

A convenção da Frente Trabalhista deixou em aberto a indicação para uma das segundas suplências ao Senado. A definição dos suplentes nas vagas para o Senado foi motivo de desentendimentos nos bastidores.

O senador Osmar Dias vetou a indicação do secretário-geral do PTB, Emerson Palmieri, para a 1.ª suplência na sua chapa. Palmieri é um dos nomes envolvidos nas denúncias de existência de um “caixa 2” na campanha à reeleição do prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PFL), em 2000. Para seu primeiro suplente, Osmar escolheu o empresário José Carlos Gomes de Carvalho e não aceitava, até ontem, que Palmieri ocupasse a segunda suplência. No final da tarde, Osmar informou que anuncia hoje o nome do seu segundo suplente.

O PTB, entretanto, informava que Palmieri era o segundo suplente de Osmar e passou a exigir também a segunda suplência da chapa de Toni Garcia. O presidente nacional do PTB, deputado federal José Carlos Martinez, indicou o irmão, Flávio, para segundo suplente de Garcia. O primeiro suplente na chapa do pepebista é o advogado Roberto Bertoldo.

Apesar da pendência nas suplências, a convenção homologou as candidaturas majoritárias – Álvaro Dias (PDT) ao governo, o arquiteto Luiz Forte Netto (PDT) como candidato a vice-governador, Osmar Dias (PDT) e Toni Garcia (PPB) ao Senado. Na disputa proporcional, PDT, PTB, PPB, PSDC, PGT, PRP, PTN e PT do B vão lançar uma chapa com 108 candidatos a deputado estadual e 60 à Câmara Federal. (EC)

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