Entrevero entre Cassio e Beto na véspera da posse

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Clima de cordialidade
pertence ao passado?

Um impasse de última hora pode empanar o brilho da festa popular com que o prefeito eleito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), pretende marcar sua posse no cargo.

A solenidade foi definida de comum acordo entre as equipes de transição do atual e do futuro prefeito, tanto que o estacionamento do Palácio 29 de Março está interditado para os preparativos desde o início da semana. Ontem, porém, o prefeito Cassio Taniguchi avisou que não participará do ato no palanque armado ao ar-livre. Ele quer que a transmissão de cargo se dê no salão nobre, com capacidade para pouco mais de 300 pessoas.

Esse é, aproximadamente, o número de convites distribuídos pelo prefeito a autoridades. Beto deseja uma cerimônia aberta à participação popular e distribuiu cerca de 10 mil convites, razão por que optou por um local mais amplo e já avisou que não abre mão de dividir a ocasião com todos que o apoiaram durante a campanha. A turma do deixa-disso está em campo desde ontem, mas os dois protagonistas permanecem irredutíveis em suas posições. Novas tentativas serão feitas até o momento da cerimônia, marcada para as 18h deste sábado.

Ninguém quis falar oficialmente sobre as divergências, o que gerou especulações. Segundo alguns, Taniguchi teria sido alertado por membros de sua equipe de que uma solenidade aberta é mais propícia a eventuais manifestações de hostilidade de adversários da campanha, por exemplo.

Se as divergências persistirem, vão acentuar um afastamento que vem ocorrendo desde o ano passado e que se agravou no início deste, quando Richa, substituindo Taniguchi em viagem ao exterior, recusou-se a sancionar o aumento da passagem de ônibus. Logo depois o afastamento foi formalizado, com os secretários ligados ao vice-prefeito deixando o cargo para apoiá-lo na disputa pela Prefeitura. Cassio foi com o vereador Osmar Bertoldi, o quarto mais votado no dia 3 de outubro.

Adversários do tucano propagaram que a ruptura não passava de um jogo de cena, com o objetivo de evitar que o desgaste natural do prefeito em fim de mandato contaminasse o candidato. Mas, a se julgar pelo mal-estar de ontem, as desavenças não são puramente imaginárias.

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