"Universidade do crime"

Estagiários do TJ-PR são presos suspeitos de clonar cartões

De olho no dinheiro fácil, Augusto Alves Pedrete Figueira, de 20 anos, estudante de Direito, e Brayam Lucas Gonçalves, de 21, que cursa Administração, estão mais para alunos da “Universidade do Crime”. Eles eram estagiários no Tribunal de Justiça do Paraná e foram presos na manhã desta quinta-feira (28), em diferentes bairros de Curitiba. A suspeita é de que a dupla faça parte de uma quadrilha especializada na clonagem de cartões de crédito. 

As investigações começaram depois que o setor de Segurança do TJ procurou a Delegacia de Estelionato de Curitiba para avisar que a dupla vinha agindo de maneira suspeita. Na denúncia, o órgão informou que os estagiários recebiam várias entregas de objetos nas dependências da instituição, o que era bastante suspeito.

O trabalho de apuração levou as equipes a identificarem 14 vítimas ao todo. O número de pessoas lesadas, no entanto, pode ser ainda maior e o prejuízo financeiro dos golpes aplicados pode passar de R$ 100 mil.

Divulgação
Augusto é estudante de Direito. Foto: Divulgação/PC.

Os rapazes estudam em faculdades da capital e foram presos temporariamente. 

Alguns objetos comprados pelos suspeitos de forma criminosa também foram apreendidos e devem ser usados como prova.

A fraude

Pela internet, os suspeitos compravam produtos de todo tipo – celulares, roupas, tênis, etc. Para isso, eles usavam os dados de cartões de crédito – inclusive o código de segurança – de outras pessoas. Algumas eram servidoras do próprio TJ.

De acordo com o delegado Wallace de Oliveira Brito, titular da DE, “aproveitando a condição de estagiários, eles davam o endereço do tribunal como destino das entregas do que era comprado”. Foi esse excesso de confiança que acabou levando os dois a colocarem as mãos não no “canudo”, mas dentro das algemas.

Os crimes

Os suspeitos vão responder pelos crimes de estelionato, falsidade documental, furto mediante fraude e associação criminosa. Somadas, as penas podem chegar a mais de 15 anos de prisão. As investigações agora continuam para descobrir se há mais envolvidos no esquema. A polícia também quer saber como a dupla conseguia os dados das vítimas.