São José dos Pinhais

Acerto de contas pode ter sido o motivo para execução em plena luz do dia

Um possível acerto de contas pode ser a razão de uma execução registrada na tarde desta terça-feira (26) em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. Fabiano Zagonel Machado, de 26 anos, levou dois tiros no peito logo após descer de um carro e morreu dentro de um açougue na esquina das ruas Ilo Antoninho Mozer e Deputado Luiz Gabriel Sampaio, no Jardim Cristal. A companheira dele, Keiti Maria Lopes de Lima, de 25 anos, que estava junto no veículo, também foi atingida pelos disparos e encaminhada ao pronto-socorro do Hospital São José, na mesma cidade.

“O que a gente sabe é que o carro deles estava sendo seguido por um Jetta preto com duas pessoas dentro, que ficou parado na outra esquina”, contou um morador dos arredores que não quis se identificar. No local, um policial civil disse que os suspeitos estacionaram o carro e o atirador desceu com a arma em punho assim que a vítima entrou no estabelecimento. A hipótese mais provável é a de que o homem tenha acessado o estabelecimento para tentar se proteger.

O crime foi registrado no meio da tarde. Os disparos foram de pistola 9 milímetros. A mulher foi alvejada quatro vezes: nas duas coxas e ainda nos dois lados do tórax. Ela foi socorrida em estado grave.

Ficha suja

De acordo com o soldado Celio Agostinho, da Polícia Militar, Machado tinha antecedentes criminais havia saído da cadeia apenas três dias atrás. “Ele morava no Jardim Fátima e foi preso por receptação. Na casa dele foram encontrados dois carros com alerta de roubo e mais três armas. Saiu provavelmente na audiência de custódia e hoje morreu nessa tocaia”.

O carro que ele dirigia pouco antes de ser morto – um Gol – tem placas de Lajes, em Santa Catarina. “Pode ser roubado também. A princípio, está tudo regular, mas a perícia deve verificar o chassi pra descobrir se isso é mesmo verdade”.

Mulher de malandro

Essa não foi a primeira vez que Keiti foi baleada. Recentemente, ela foi atingida por um tiro na barriga disparado pelo próprio companheiro. “A moça mal se recuperou da cirurgia e já tinha voltado com ele. Está ainda com as marcas dos cortes”.

As famílias

Pouco antes de o Instituto Médico-Legal chegar ao local para recolher o corpo de Machado, familiares de Keiti apareceram. Eram uma tia da jovem, uma prima, um adolescente também parente e a mãe, Margarete Lopes. Bastante abalados, eles lamentavam o fato. “Eles têm três filhas, todas pequenas, de oito, quatro e dois anos de idade”. Questionada sobre a existência de inimigos do casal, a mulher desconversou. A expectativa agora é de que a sobrevivente se recupere e seja ouvida pela Polícia Civil.

Vizinhança ‘da pesada’

Em meio à multidão que se formou no entorno do açougue, uma mulher parecia mais chocada do que as outras pessoas. Ela estava no local porque procurava uma casa para alugar, mas desistiu da ideia quando viu o que tinha acabado de acontecer. “Eu perdi a viagem. Nem quero mais saber desse bairro. Vou pegar o ônibus de volta e pesquisar outra vizinhança”.

Átila Alberti
Foto: Átila Alberti.

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