Barbaridade!

Casal é preso suspeito de abusar sexualmente de bebê durante nove meses

Conforme a polícia, os abusos começaram quando a criança, um menino, tinha apenas três meses de idade. “Hoje, a criança tem um ano e meio e, durante todo este tempo, foi violentada”, disse a delegada Tatiana Guzella.

A descoberta do crime foi na semana passada, depois que a mulher, de primeiro nome Neliana, fugiu de casa e se escondeu no interior do Paraná. Ela procurou um delegado de lá e contou de forma informal o que havia acontecido. Conforme os relatos, ela sofria agressões constantes e era obrigada a cometer os abusos contra o próprio filho, pois o marido, de primeiro nome Márcio, a puniria caso se negasse.

Quando soube de tudo o que acontecia, o delegado orientou a mulher que procurasse a polícia para registrar a ocorrência. “Mas ela não apareceu, nós começamos a investigar e descobrimos muito mais crimes do que imaginávamos”, contou Tatiana. Conforme a delegada, Márcio descobriu que a mulher estava escondida no interior e foi atrás. “Para conseguir trazê-la de volta, ele usou vídeos que fez dela abusando do menino e os mostrou para o pai da criança e o pai da mulher. Ela foi, praticamente, sequestrada da casa onde estava”.

Delegada Tatiana Guzella. Foto: Gerson Klaina. 

Os dois voltavam para a RMC quando Márcio descobriu que era esperado em casa. “Na tentativa de escapar, ele cancelou a linha telefônica e quebrou um cartão de memória do celular. Quando chegou, foi preso”, contou a delegada. O chip do telefone e o cartão de memória quebrado foram encontrados pelos policiais e apreendidos.

Crimes assustadores

Na delegacia, a mulher contou tudo o que havia passado e, mesmo sendo vítima, ao entendimento da autoridade policial acabou também sendo vista como autora. Ela deu detalhes de tudo o que passou e os policiais conseguiram encontrar os materiais gravados pelo próprio marido na residência do casal. “Apreendemos computadores, analisamos e, em um deles, encontramos 43 vídeos, todos da criança sendo abusada pela mulher”. 

Os abusos registrados – pois a polícia acredita que muitos outros abusos cometidos contra o menino não foram filmados –, segundo a delegada, eram cometidos sempre por Neliane e filmados por Márcio. “Ela disse que era obrigada a fazer sexo oral, tinham registros de masturbação em cima da criança, e caso o pedido do homem não fosse feito, ela (a mulher) era punida apanhando. Nós acreditamos que, mesmo sendo vítima, pois sequer podia sair de casa sem avisá-lo, ela teve sua parcela de cumplicidade nisso tudo”.

Os crimes cometidos pelo casal assustaram não só os familiares, que ficaram em estado de choque, mas também os próprios policiais. “Fomos investigando e vimos que tudo ia muito além do que sabíamos. É, definitivamente, assustador”, revelou a delegada.

Prostituição

Como se não bastassem os abusos contra a criança, Neliane também contou aos policiais que era obrigada a se prostituir. “Os contatos para os programas eram todos feitos pelo celular de Márcio. Ele agilizava, marcava os encontros e levava a própria mulher para fazer os programas”, disse a delegada.

Durante os atos sexuais, o homem ainda obrigava a mulher a ligar para ele, para que ele ouvisse a relação sexual, que ainda era feita sem camisinha, por obrigação do próprio marido. “Depois, quando ela voltava para a casa, era obrigada a transar com ele da mesma forma em que transava nos program,as”. 

Divulgação
Dezenas de vídeos dos abusos foram encontrados. 

Bebê com o pai

Na noite em que foi presa, Neliane foi encaminhada com o bebê à Casa da Alice, espaço de apoio à mulher em situação de violência doméstica e exploração sexual. O acolhimento foi provisório até a polícia encaminhá-la ao sistema prisional. O bebê foi acolhido pelo Conselho Tutelar e está com o pai biológico.

Foi com o pai biológico que a polícia descobriu mais crimes. “A própria Neliane nos contou que registrou queixa e pediu medida protetiva contra o pai da criança, por conta de um crime que foi forjado por Márcio, para evitar que o homem se aproximasse do filho”, contou Tatiana Guzella. A polícia investiga este possível crime de fraude processual.

Ex-mulher era vítima

Além de Neliane, Márcio, que é caminhoneiro, vivia em São José dos Pinhais com duas filhas, de 16 e 19 anos. Durante as investigações, as jovens ajudaram o trabalho dos policiais e apontaram ainda outra pessoa que poderia ajudar nas investigações: a mãe delas. As agressões contra essa mulher duraram aproximadamente 17 anos.

A polícia descobriu que a ex-mulher de Márcio, da mesma forma que a atual, era obrigada a se prostituir e a repetir crimes semelhantes ao que Neliane cometia. “A princípio estes crimes não envolviam crianças. Mas ela sofria as mesmas torturas e era vítima das mesmas agressões que a atual mulher”. A ex teria sido obrigada até a cometer crime de zoofilia.

Conforme descobriram os policiais, a ex-mulher do homem, em uma das agressões sofridas, chegou a perder a visão, a audição e teve sua idade mental regredida. “Ela ficou por um tempo sendo cuidada por familiares, pois em uma das agressões, na cabeça, voltou a ter idade mental de cinco anos e agora foi aberto mais um inquérito para apurar mais essa vítima do homem criminalmente”.