Seis tiros

Atiradores matam rapaz em pleno Centro e fogem de táxi

A tarde deste domingo (24) começou violenta no centro de Curitiba. Erivelton Júlio de Carvalho, o ‘Borracha’, foi morto com seis tiros por volta das 13 horas na rua Cruz Machado, em frente ao número 366. O crime foi no trecho entre as ruas Voluntários da Pátria e Desembargador Ermelino de leão, no trecho conhecido pela movimentação noturna e a concentração de bares e boates.

A princípio, tudo aponta para um caso de execução. “Populares ouviram sete disparos. Parece um acerto de contas ou algo do tipo porque, aparentemente, nada foi levado. Os atiradores vieram para matar”, explica a tenente Luiza Burda Bodanese. O Siate, do Corpo de Bombeiros, chegou a ser acionado, mas, quando a equipe chegou ao local, a vítima já estava em óbito.

Ainda conforme a tenente, outro homem que se apresentou como primo da vítima esteve no local e contou que Erivelton tinha envolvimento com o tráfico. A morte dele é investigada pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. O corpo foi recolhido ao Instituto Médico-Legal de Curitiba.

Daiane Andrade
Testemunha contou que tentaram matar Borracha horas antes. Foto: Daiane Andrade. 

Vida bandida

Erivelton já era conhecido da polícia e tinha antecedentes, mas os supostos crimes cometidos por ele não foram detalhados pela PM. “Ele me assaltou ontem (23) aqui na rua de baixo (Cândido Lopes). Colocou uma arma nas minhas costelas”, revela Gabriel, que circula pela região diariamente e testemunhou o crime da janela de um edifício. O rapaz conta que teve a mochila e um IPhone levados por Borracha, que jogou tudo fora em uma lixeira próxima quando percebeu que na bolsa não havia dinheiro e que não conseguiria desbloquear o telefone.

“Ele ficou marcando aqui. Dois caras, bem jovens, tentaram matar ele no fim da manhã ali na Ermelino, perto da banca de revistas. Deram 12 tiros, mas nenhum pegou”. O rapaz explica ainda que a dupla avisou para que Borracha deixasse o local porque eles voltariam mais tarde. “Eles falaram: a gente vem pra terminar o serviço. O cara ficou e morreu e os dois foram embora em um táxi”.

Entre os crimes cometidos por Erivelton, segundo a Polícia Civil, está um caso de extorsão em junho de 2012. Borracha, na época com 30 anos, Paulo Pereira, Ricardo Anderson Kovalski e Michel Paim do Amaral simularam um sequestro para conseguir o dinheiro necessário para quitar uma dívida de drogas. A suposta vítima seria o próprio Amaral, que era usuário de crack, e tentava arrancar dinheiro da mãe. Na ocasião, o grupo foi preso por policiais o Tigre e encaminhado ao Centro de Triagem II, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.

Fuga de cinema

O táxi usado pelos bandidos está com alerta de roubo, mas a PM não confirma se o veículo já estava com eles ou se foi levado do centro da cidade após o crime. Depois de matarem Borracha, os atiradores abandonaram o automóvel e roubaram um Etios Branco nos arredores do Jardim Schaffer. A dupla fugiu em direção ao bairro Mercês e, no Bom Retiro, trocou novamente de transporte. Depois de baterem o Etios, eles tomaram de assalto um Peugeot, com o qual chegaram até a Barreirinha. De lá, eles roubaram um carro da marca Suzuki e se deslocaram para Almirante Tamandaré, na RMC.