Acusados de homicídio

Rubens Recalcatti e oito policiais são considerados foragidos da Justiça

O delegado Rubens Recalcatti e outras oito pessoas viraram réus na Justiça e agora, de acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), são considerados foragidos. Na manhã desta quarta-feira (3), policiais tentaram dar cumprimento aos mandados de prisão, mas ninguém foi encontrado, segundo o procurador de Justiça e coordenador, Leonir Batisti.

Recalcatti e a equipe são acusados de envolvimento no assassinato de Ricardo Geffer, em abril de 2015. O homem era suspeito da morte de João Dirceu Nazzari, ex-prefeito de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba, e primo do delegado. De acordo com os policiais, houve confronto, mas o Ministério Público do Paraná (MP-PR) sustentou na denúncia que o homem foi morto sem ter como reagir.

O delegado e os oito policiais que participaram da operação são acusados de homicídio triplamente qualificado, fraude processual e diversos abusos de autoridade. Há mandado de prisão preventiva (por tempo indeterminado) expedido contra todos os acusados, pela juíza Marina Lorena Pasqualotto, da Vara Criminal de Rio Branco do Sul.

Essa não é a primeira vez que o nome de Recalcatti é citado. Em outubro de 2015, o delegado foi detido pelo Gaeco, no começo das investigações da morte de Ricardo Geffer. Cinco dias depois, o delegado foi colocado em liberdade.

Defesa

O advogado Claudio Dalledone Junior, que defende Recalcatti e trabalha junto com outros advogados que defendem a equipe do delegado, julga a decretação da prisão arbitrária. “É um sinal verdadeiro da hostilidade do Gaeco contra a Polícia Civil do Paraná”, disse.

Sobre a afirmação de Leonir Batisti, o advogado alega que Recalcatti e equipe estão organizando os meios de defesa para caçar a decisão. “Por isso, não são foragidos da Justiça, apenas estão exercendo seu sagrado direito de se defender de um constrangimento ilegal”. Um pedido de Habeas Corpus deve ser feito ainda na manhã desta quarta-feira (3).

Corporação

A Polícia Civil, por meio da assessoria de imprensa, divulgou uma nota em que afirma que a Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC) investiga o caso desde agosto do ano passado. No final das investigações, o procedimento será encaminhado para análise do Conselho da Polícia Civil, que poderá deliberar pela instauração de procedimento administrativo disciplinar contra os servidores.