A música eletrônica embalou o maior carnaval da história de Curitiba, neste domingo (24). Cerca de 80 mil pessoas passaram pela Rua Marechal Deodoro ao longo do dia, segundo estimativas da organização. Houve focos de briga, ao longo do dia, e enfrentamento com a Polícia Militar, na dispersão. Balas de borracha e bombas de efeito moral foram lançadas, segundo testemunhas. A PM não divulgou balanço da operação até as 21 horas deste domingo.
Testemunhas relatam que houve briga na esquina da Rua Marechal Deodoro com a Avenida Marechal Floriano, por volta das 20 horas. A confusão teria começado quando um rapaz jogou uma garrafa de uísque em um efetivo das Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), que descia a Marechal Floriano no sentido contrário ao dos carros, segundo um comerciante que estava no local e preferiu não se identificar.
A PM teria revidado com bombas de efeito moral e balas de borracha, o que teria desencadeado o fim da festa. Um esquema com cerca de 700 pessoas foi montado pela organização do evento, coordenada pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Membros da PM, da Guarda Municipal e seguranças particulares foram distribuídos pelo Centro da cidade.
A prioridade foi garantir a segurança nos pontos de acesso à Marechal. A ideia era manter uma fiscalização rígida, para inibir já na entrada os comportamentos violentos, segundo o superintendente da FCC, Igor Cordeiro. A reportagem apurou que pelo menos dois focos de briga foram contidos de forma pontual pela Polícia Militar.
Em nota, a FCC informou que houve uma confusão com um pequeno grupo de pessoas no cruzamento da Marechal Floriano e Deodoro, quando a polícia foi obrigada a utilizar a tropa de choque. “A situação foi contida rapidamente. Ninguém foi preso e não houve feridos. A organização do evento lamenta o ocorrido e ressalta que todo o esforço do planejamento do evento foi pautado pela segurança dos participantes. Contudo, este fato isolado não minimiza o sucesso do Pré-Carnaval Eletrônico, que juntou quase 100 mil pessoas”.
A festa
Para quem gosta de agito, o evento agradou. “Vim também no ano passado e desta vez está melhor. Não estão deixando entrar com bebida, e isso é bom porque dá menos confusão”, opinou o autônomo Cleverson Luiz, 28 anos. A atendente Cinara Elias, 20, que estava com a amiga Rafaela Souza, 17, aprova a folia com música eletrônica. “Se fosse com música normal, de Carnaval, eu não viria. Está bem legal, bem o que eu imaginava”, disse.
Sem unanimidade
Já pra quem não é fã de tumulto, a aglomeração de pessoas foi um transtorno. “É muita bagunça. A Urbs deveria colocar transporte extra para o público da festa. Vieram bebendo e pulando dentro do ônibus, teve gente que tentou entrar no tubo sem pagar”, relatou a auxiliar de cozinha Marlei Mallmann, 43, usuária da linha Santa Cândida/Capão Raso.
A aposentada Maria Rodrigues, 80, que mora na Alameda Doutor Muricy, teve um grande incômodo. “Não suporto. É muito jovem na droga e na bebida. Nem dentro do meu apartamento posso ficar, dá dor de cabeça, a vidraça chega a tremer”, queixou-se ela, que também sofreu com o barulho no domingo anterior, com a festa do bloco Garibaldis e Sacis. (Luisa Nucada)
Confira o vídeo feito pela equipe do site “Curitiba Mil Grau”: