Suspeito morto

Policial do Bope morre em confronto durante assalto com refém

Um assalto em uma loja autorizada da Sky, na Avenida Rui Barbosa, no centro de São José dos Pinhais terminou com a morte de um policial militar e um ladrão, na manhã desta sexta-feira (27). Outro policial foi baleado, mas passa bem.

Às 7h40 da manhã, cinco bandidos armados entraram na loja e fizeram os funcionários reféns por cerca de uma hora. Eles foram trancados no almoxarifado. Um homem conseguiu avisar a namorada do assalto pelo Whatsapp, que avisou a polícia. Os primeiros policiais a prestar auxílio na ocorrência foram da Rotam do 17.º Batalhão. Quando chegaram ao local, um dos bandidos fugia para uma residência ao lado da loja e reagiu disparando tiros contra a equipe. Um policial foi baleado na perna, mas passa bem.

Vídeo: Morador flagra o confronto entre polícia e bandidos

A filha do proprietário da loja relatou que os bandidos chegaram pedindo pelo cofre que o pai guarda dentro da casa, que tem acesso pelos fundos. “Um (ladrão) tentou cortar os dedos do meu pai para mostrar onde estava o cofre, mas ainda bem que a faca não tinha fio”, relatou. Um funcionário comentou que um ladrão disse “deram a fita errada, não tem nada no cofre”, se referindo à tentativa frustrada do roubo. Como não acharam dinheiro, eles tentaram levar equipamentos eletrônicos. 

NEGOCIAÇÃO

Ao ver o cerco montado pela equipe de elite do Bope, os bandidos fugiram pulando os muros da residência nos fundos da loja. Um deles, armado com uma pistola calibre 9 milímetros com mira laser e carregadores alongados, com alto poder de fogo, rendeu a moradora desta residência, uma senhora que há um mês havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a manteve como refém, antes de atirar descontroladamente para todos os lados. Além das paredes e janelas, a máquina de lavar e até o pote de comida do cachorro ficou furada com os disparos.

De acordo com o tenente-coronel Hudson, comandante do Bope, o suspeito, identificado como Jhon Erick Dubinski, 20 anos, mesmo cercado, efetuou muitos tiros e já estava indo para o segundo carregador.

Um dos disparos deles atingiu o soldado Cleverson dos Santos, 40 anos, do Bope, que fazia a verificação da ocorrência pelo telhado da casa. O tiro atingiu o pescoço, onde o colete balístico não protege. Ele foi socorrido pelo terreno de uma igreja por agentes da Guarda Municipal de São José dos Pinhais, que participou da primeira troca de tiros. Ele foi encaminhado rapidamente ao hospital, mas não resistiu.

Fernando Félix, funcionário de uma obra ao lado da residência estava na cobertura do prédio no momento do tiroteio e gravou um vídeo no momento que o suspeito atinge o policial.

“Tivemos que usar o procedimento de invasão tática para neutralizar a situação, pois o risco de morte da refém era eminente, já que a todo o momento ele ameaçava matar a mulher”, afirmou o coronel. O suspeito foi morto no quarto da residência, em cima da cama da mulher.

AVÓ

A situação já estava controlada no local, quando chegou uma mulher chamada Maria Aparecida de Araújo, dizendo ser avó de Jhon. Ela contou que na noite de ontem, por volta das 20h, o neto deu um abraço nela e disse que ia sair. “Ele não voltou mais, e hoje me ligou dizendo que tinha aprontado e me passou o endereço daqui”, contou.
Ela pedia a polícia para falar com o neto, mas ainda não sabia que ele estava morto. “Ele me pediu para vir aqui porque me disse que a polícia ia matar ele”. A polícia vai investigar essa ligação e as outras que o suspeito fez para identificar os outros bandidos.

LUTO

A Polícia Militar dec,retou luto oficial de três dias pela morte de Cleverson. Ele estava lotado na Rone e ingressou na corporação em 14 de abril de 2008 e desde então atuava no Bope. O soldado que nasceu em 08 de outubro de 1975, vivia em uma união estável e deixou dois filhos, de 14 e 4 anos.
“Certamente perdemos um grande profissional e companheiro de farda, nossos sentimentos a toda família miliciana e à família BOPE; desde o início Cleverson dedicou-se fielmente ao seu trabalho em prol da tranquilidade e segurança da população paranaense, sempre colocando em risco a própria vida que lhe foi tirada na manhã desta sexta-feira, após confronto armado”, lamenta o coronel Hudson, em nome de todos os policiais.

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