Indiciados

PM conclui inquérito sobre o dia 29 de abril, mas não divulga nomes

Seis policiais militares – quatro oficiais e dois praças – foram indiciados pela Polícia Militar (PM) pelos incidentes do episódio que ficou conhecido como “a Batalha do Centro Cívico”. O Inquérito Policial Militar (IPM) que investigou a operação foi concluído e enviado à Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual (VAJME). Apesar da promessa de dar ampla publicidade às investigações, a PM não divulgou o nome dos indiciados. A conclusão do inquérito foi encerrada cinco meses após o incidente. A reportagem apurou junto a fontes ligadas à PM que entre os indiciados estão o ex-comandante da corporação, coronel César Kogut; o ex-subcomandante, coronel Nerino Mariano; o coronel Arildo Luis Dias; e o tenente-coronel Hudson Teixeira, que teriam comandado a ação.

“Pra cima

Ainda em setembro, os comandantes da operação do Centro Cívico “caíram para cima”. O coronel Arildo Luís Dias, que deixou a corregedoria da PM-PR naquela dia 29 de abril para comandar a operação, ocupa hoje o terceiro cargo mais importante da corporação, a chefia do Estado Maior. Já o tenente-coronel Hudson Teixeira tem direito de entrar no quadro de promoção e está no Curso Superior da Polícia da Academia Policial Militar do Guatupê (APMG). Ele era comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) durante a operação. No ano passado ele foi promovido de major para tenente-coronel.

“Danos foram leves”, diz PM

Segundo nota divulgada pela PM, o inquérito foi conduzido pelo coronel Carlos Alberto Bührer Moreira. Ao longo de cinco meses, a equipe ouviu 472 pessoas, entre civis e militares, que estiveram no Centro Cívico na tarde do confronto. Na ocasião, mais de 200 pessoas ficaram feridas. No entanto, o comandante-geral da PM, Maurício Tortato, minimizou os danos sofridos pelas vítimas. “Até o momento, nenhum caso detectado foi de natureza grave. Além disso, nenhum dos casos resultou em sequelas incapacitantes para as pessoas envolvidas”, disse.

Professor ferido na “batalha”.

Richa e Francischini

Além dos quatro comandantes da operação, o Ministério Público do Paraná (MP) também acusou formalmente o governador Beto Richa (PSDB) e o ex-secretário de Segurança, Fernando Francischini por improbidade administrativa. Na avaliação do MP, as autoridades violaram dois direitos fundamentais: o de reunião e de livre manifestação, além de colocar em risco o patrimônio público e deixar feridos na operação. Eles podem ser acusados de abuso de autoridade e do chamado crime de perigo comum – aquele que coloca em risco a coletividade.

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