Que cilada!

Cobradores vão denunciar roubo e acabam presos. Saiba o motivo!

A tranquilidade e a descontração com que dois cobradores chegaram ao 7o Distrito Policial para registrar um boletim de ocorrência de roubo, na manhã de segunda-feira, despertou a desconfiança dos policiais. Depois de interrogados, um deles confessou que ficariam com o dinheiro do falso assalto. Jair Charello dos Santos Junior, 29 anos, e G.J., 24, foram presos em flagrante.

Mesmo diante do delegado Matheus Laiola, que avisou que a sua confissão tinha sido gravada, em entrevista à imprensa Jair insistiu que o roubo realmente ocorreu. “Na hora do nervosismo falei errado”, justificou. Ele alegou que informou um valor maior do que o que tinha sido levado para ficar com o excedente – o equivalente a aproximadamente nove passagens.

Os cobradores trabalham em sentidos contrários da estação-tubo Erton Coelho, no Boqueirão. A versão de Jair é que na segunda-feira, por volta das 10h30, dois homens armados desceram do ônibus e deram voz de assalto. Eles teriam levado o dinheiro de cerca de 100 passagens. Conforme Jair, o colega teria dito para ele relatar que uma quantia maior tinha sido levada. “Ele disse que não dava nada”, afirmou.

O cobrador trabalha há pouco mais de três meses na empresa e, de acordo com ele, essa foi a segunda vez que foi assaltado. “Da outra vez não fiz isso”, garantiu.

Tranquilidade

O delegado explicou que o comportamento dos cobradores causou estranheza aos policiais. “Ao contrário de uma vítima de roubo, parecia que estavam em um parque de diversões”, afirmou.

Em um segundo depoimento, segundo Matheus, Jair relatou que tinha superfaturado o dinheiro do assalto. “Depois ele confessou que tinham planejado forjar o roubo para ficar com o dinheiro”, disse o delegado. Nos bolsos dos suspeitos, foram apreendidos R$ 251 em dinheiro.

Matheus informou ainda que, desde dezembro, G.J. registrou 10 roubos à estação-tubo em que trabalha. “Há fortes indícios de que não houve alguns desses roubos”. Ele explicou que a falsa comunicação de crimes contribui para que sejam feitas estatísticas erradas sobre a segurança pública.

Ao final do processo criminal, o judiciário absolveu o acusado G.J. por ausência de prova de autoria e materialidade.

Veja o momento da confissão da falcatrua:

Confira a entrevista com o outro cobrador suspeito.

Paraná Online no Facebook