Nem o socorro salvou

Negligência de familiar pode ter causado a morte de bebê de um ano

A morte do pequeno Ruan Martins dos Santos, de um ano e cinco meses, será investigada pela Polícia Civil de Almirante Tamandaré. Isto porque ele já deu entrada num hospital local em óbito, com sinais de desnutrição severa. E a história contada pelo familiar que acompanhava o menino, por enquanto, é desconexa.

O garoto foi socorrido sexta-feira à noite na casa de uma familiar da criança, no Parque São Jorge, e levado ao Pronto Atendimento 24 Horas da cidade. Segundo relatos de uma enfermeira à Polícia Militar, Ruan deu entrada às 23h30 já morto e tinha sinais muito graves de desnutrição. A polícia questionou a familiar que acompanhava o menino e colocou a declaração no boletim de ocorrência. Primeiro, disse que o garoto já tinha começado a passar mal três dias antes. Depois, contou uma história com datas que não batem.

Segundo ela, Ruan foi internado no Hospital de Clínicas, em Curitiba, com tuberculose e meningite, em dezembro de 2014. Só teve alta em 20 de maio, ou seja, 44 dias antes do óbito. Se a data relatada for a correta, a familiar deu outra informação que não bate com a primeira: a de que, há três meses (possivelmente no mês de março ou abril), a mãe da criança esteve em sua casa, deixou Ruan lá, sem nenhum documento junto, e desapareceu.

Desnutrição

Se for verdade que Ruan recebeu alta do hospital em 20 de maio, a pessoa que ficou com ele nestes 44 dias antes da morte deve ser investigada. No entender de um policial civil, que não quis se identificar, nenhum médico ia autorizar um paciente sair do hospital desnutrido e doente. Então, fica evidente a negligência de quem ficou com ele neste período após a alta.

Como somente no sábado a Polícia Civil tomou ciência do óbito, hoje é que deve começar a investigar as informações fornecidas.