Sogro à beira da morte

Rapaz mata namorada a facadas e foge com enteado para o litoral

Após matar a namorada com golpes de faca e fugir para Paranaguá, Cristiano Fontana da Silva, 28 anos, se entregou à Polícia Civil manhã desta sexta-feira (03). O crime aconteceu na Rua Esper Jorge Chueri, no Cajuru. Além dos golpes fatais em Alessandra Correia Quadros de Miranda, 28 anos, com quem morava junto há pouco mais de um ano e meio, Cristiano golpeou com uma pá o pai da namorada, identificado como Geraldo, de 65 anos.

Depois de cometer o crime, o assassino fugiu com o filho de Alessandra, que tem três anos, para Paranaguá. De acordo com a polícia, ao chegar na cidade litorânea, Cristiano se arrependeu e ligou para a família afirmando que iria se entregar. “Ele acreditava que também havia matado o sogro, mas quando chegamos na casa, o homem ainda estava vivo. Mas a cena que encontramos dentro da residência era horrovível”, contou o soldado Orlei, do 20º Batalhão.

Alessandra estava morta na sala da casa. A perícia inicial, feita pelo Instituto de Criminalística, constatou que ela levou pelo menos oito facadas. Já o idoso, pai da moça, estava caído próximo a cozinha e não conseguia se mexer. A polícia acredita que ao levar o golpe de pá na cabeça o homem desmaiou e Cristiano acreditou que tinha o matado. O pai de Alessandra foi encaminhado, em estado grave, ao Hospital Cajuru.

A faca usada no crime chegou a quebrar, de tanta violência usada pelo rapaz. A pá que golpeou a cabeça do sogro estava ao lado do corpo do homem, quando os policiais entraram na casa. Tanto a faca, quanto a pá, foram apreendidas pela Polícia Civil. Policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram quem fizeram os primeiros levantamentos no local e as investigações devem ser passadas para a Delegacia da Mulher.

Histórico

Alessandra era viúva. Foto: Reprodução.

Segundo informações que chegaram aos policiais, a relação anterior de Cristiano também terminou por conta de seus atos de violência. Mas a primeira esposa preferiu não dar queixa, por ter medo de represália. As informações de que Cristiano seria usuário de drogas levam os policiais a acreditar que ele estava alterado na hora do crime. 

Enquanto a perícia ainda era feita no local do crime, familiares de Alessandra começaram a chegar à residência. Todos estavam transtornados com o que havia acontecido e demonstravam surpresa pela atitude de Cristiano.

“Não imaginávamos que ele pudesse fazer isso. Estávamos sempre juntos, inclusive domingo fizemos um churrasco e eles estavam lá. Ele brincava bastante com ela por ciúmes, dizia que estava de olho e tudo mais, mas nunca soubemos de nenhuma agressão que ela teria sofrido, por exemplo”, contou um tio da moça. 

Alessandra, que foi casada por quatro anos, era viúva do marido, com quem teve o menino. Ela trabalhava como suporte técnico de uma empresa de telefonia da capital. O filho da moça foi entregue, por Cristiano, aos policiais e deve ser trazido para Curitiba. “A guarda, provavelmente, vai ficar com a família de Alessandra. O triste é que acreditamos que o menino viu tudo. Imagina o trauma”, lamentou o soldado. 

Cristiano deve ser transferido de Paranaguá para Curitiba, onde também será ouvido. O motivo do crime, ainda, é um mistério.