Descaso?

DHPP investigará caso de mulher que morreu em frente à UPA

A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) vai investigar a morte de Maria da Luz das Chagas, de 39 anos, que morreu em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Fazendinha, na madrugada de quarta-feira (24). Segundo a polícia, há suspeita de omissão de socorro.

O delegado Francisco Caricatti já abriu inquérito policial para apurar se houve negligência. A princípio, o que se pode dizer, é que pelo fato de ter dado entrada na UPA e esperava para atendimento, a responsabilidade era da unidade de saúde.

Nos próximos dias, a polícia vai ouvir os familiares e assim que tiver os nomes de quem estava trabalhando naquela madrugada, essas pessoas também serão ouvidas. Além dos funcionários da UPA, os policiais devem colher depoimentos de quem estava na farmácia e dos funcionários do SAMU, que atenderam à ligação feita pelo marido de Maria, pedindo socorro.

Como tudo aconteceu

Ela esperou por atendimento e morreu na rua. 
Foto: Arquivo pessoal.

Maria da Luz morreu na madrugada de quarta-feira, enquanto esperava por atendimento na UPA. Ela chegou ao local passando mal, esperou por três horas para ser atendida até que resolveu sair por uns minutos para comprar um remédio em uma farmácia em frente à UPA. Na saída, ela caiu, passou mal e morreu.

O marido dela correu na unidade, pediu socorro, mas eles não foram atendidos porque estariam fora da UPA. Os funcionários teriam pedido para que ligassem para o SAMU, que informou que por estarem em frente à UPA, deveriam ser atendidos pelos funcionários do local. Maria morreu à espera de socorro. Ela foi enterrada nesta quinta (25) e deixou quatro filhos.

Investigações

Segundo o delegado, o marido de Maria da Luz registrou boletim de ocorrência e afirmou que pediu ajuda para o motorista de uma ambulância e para funcionários da unidade de saúde. O motorista teria se negado a prestar socorro e um dos médicos teria dito que não era possível deslocar alguém para prestar auxílio.

“Vamos apurar com rigor”, diz delegado da DHPP.
Foto: Gerson Klaina/Arquivo.

“O básico nesse caso é sabermos que o funcionário público, no caso o profissional da saúde, tinha obrigação de socorrer, independentemente da situação da pessoa viver ou não. Eles foram avisados e se recusaram, isso já pode ser considerado como omissão de socorro, se comprovado”, explica Francisco Caricatti.

Alem da DHPP, a Secretaria de Saúde de Curitiba já apura as responsabilidades. A Prefeitura de Curitiba divulgou nota em que diz se solidarizar com o luto da família.

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