Operação Ferrari

Tenente suspeito de ligação com traficante pede afastamento

A Polícia Militar do Paraná afastou o tenente-coronel Mauro Rolim de Moura, chefe do Estado Maior do 2.º Comando Regional da PM, responsável por cinco batalhões de policiais militares e quatro companhias no norte do Paraná. A confirmação foi dada na tarde desta terça-feira (16) pela assessoria de comunicação da corporação.

Moura foi indiciado pela Polícia Federal por supostamente manter ligações pessoais com um traficante preso em Londrina durante a Operação Ferrari.

De acordo com nota encaminhada para o Jornal de Londrina pela PM, o próprio tenente-coronel solicitou seu afastamento ao Comando Regional, pedindo, inclusive, uma “apuração rigorosa sobre os fatos”. “Assim sendo, o Comando Geral da Polícia Militar o afastou de suas atividades e determinou a abertura de uma sindicância para apuração dos fatos apontados”, informou.

A informação é diferente da repassada ao JL na manhã desta terça. Inicialmente, a administração do 2.º Comando Regional informou ao JL que o tenente-coronel havia solicitado férias na segunda-feira (15).

A assessoria da PM não informou quem fica no lugar de Rolim com a saída dele do posto em Londrina.

Desde a segunda-feira, a reportagem tenta contato com o oficial da PM, mas ele não foi localizado.

Operação Ferrari

Moura figura como um dos 17 indiciados na Operação Ferrari, da Polícia Federal (PF), que desmantelou uma quadrilha de traficantes milionários cuja base de lavagem de dinheiro era Londrina.

Três dos quatro coordenadores do esquema de tráfico internacional tinham vida de luxo na cidade. A PF apreendeu carros importados, joias e quase R$ 1 milhão em cheques e dinheiro em condomínios de alto padrão na zona sul.

O oficial do alto escalão da PM foi o único investigado a não ser preso na Operação Ferrari. O comandante regional da PM foi conduzido à sede da PF de Londrina para prestar depoimento após ser alvo de um mandado de condução coercitiva. Ao final, foi indiciado.

Fontes internas da PF afirmaram ao JL que Moura não pertence à quadrilha, mas acabou indiciado porque frequentaria a residência de um dos presos, com quem manteria laços sociais. O monitoramento de vigilância e as escutas telefônicas da PF teriam indicado a amizade entre o oficial da PM e o traficante. explicitado que Moura seria presenteado, de forma rotineira, pelo suspeito preso.

Segundo a RPCTV Londrina, Moura foi indiciado no inquérito por corrupção passiva. Caso seja denunciado criminalmente, deverá responder a processo na Justiça Federal em Curitiba.