Golpista

Madame é presa após dar ‘preju’ de R$ 50 mil em loja de bacana

Quem se relacionava e fazia negócios com ela, sequer sabia na fria que poderia cair. Pelo menos é isso que a Polícia Civil diz sobre Ana Paula de Souza Gabardo, de 32 anos, presa nesta terça-feira (26), por suspeita de participar de vários golpes.

Para ganhar a confiança das pessoas, ela tinha uma vida parecida com a das vítimas. Segundo a polícia, Ana Paula ostentava e levava uma vida de alto padrão. Ela frequentava lugares de classe alta como restaurantes caros, salões de beleza de luxo e lojas de grife.

De acordo com os policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC) a forma em que ela agia impedia que, de imediato, as vítimas percebessem que estavam caindo em um golpe. “Ela se aproximava, fazia amizade e ganhava a confiança. Depois, oferecia serviços como se fosse correspondente bancária da caixa econômica federal e a partir daí começava a colocar os golpes em prática”, explicou o delegado Wallace de Oliveira Brito.

Conforme as investigações, com a confiança das vítimas ganha, Ana Paula montava projetos de abrir empresas com as vítimas e, a partir disso, abria contas bancárias com documentos das vítimas e também falsificados. “Ela também fazia empréstimos e cartões de crédito para sustentar uma vida de madame”, explicou o delegado.

Junto com o marido, Daniel Luiz Gonçalves, que já está preso, aplicou um golpe em um casal, que teve prejuízo de mais de R$ 60 mil. “Eles eram nossos amigos. Frequentavam nossa casa. E se aproveitaram disso”, disse Ubiratan Guimarães Teixeira. De acordo com a própria vítima, enquanto o casal viajava, Ana Paula e o marido foram até o apartamento e pegaram o dinheiro que estava guardado na residência. “Eles enganaram a empregada e disseram que estavam lá para pegar um documento a meu pedido, mas nós nem sabíamos que eles tinham ido até a nossa casa”, contou.

Outro homem, que foi vítima da “madame do crime”, acabou doente e está internado depois de cair no golpe. “Nós tivemos um prejuízo que ultrapassa os R$ 500 mil”, disse a irmã do homem, que pediu para não ser identificada.

De acordo com a irmã da vítima, Ana Paula se aproximou dele propondo uma sociedade para abrir uma empresa de construção. “Ele acreditou, assinou inúmeros documentos e, quando viu, ela tinha tirado tudo dele e deixou a dívida. Transtornado, ele ficou doente, começou a beber e hoje está internado”, contou a mulher.

As vítimas de Ana Paula, segundo a polícia, não eram só as pessoas que ela se aproximava. “Em uma famosa loja de grife da capital, ela deixou prejuízo de quase R$ 50 mil”, disse o delegado.

No momento em que foi presa, a “madame do crime” estava com um Cruze, locado em nome de uma outra pessoa. Ela estava com o filho, de 6 anos, que foi entregue à sogra. Na delegacia, Ana Paula assume que levava uma vida boa e de alto padrão, mas nega as acusações e diz que tudo não passa de uma perseguição. “Eu vou provar na Justiça, com meus advogados”, disse.

Segundo a própria Ana Paula, ela gostava de consumir champanhe de R$ 390, frequentava restaurantes caros e se vestia apenas com roupas de grife. “Cheguei a gastar R$ 3 mil em uma loja, em uma única compra, mas com o dinheiro do meu trabalho”, disse. Em salão de beleza, de acordo com a polícia, Ana Paula gastou R$ 1400 em um só dia.

Vítimas

O delegado Wallace de Oliveira explicou que, para as vítimas, o prejuízo pode ser revertido, mas dificilmente quem perdeu dinheiro irá recebê-lo de novo. “Infelizmente. Mas com relação aos empréstimos e compras que foram feitas em nome dessas pessoas, é importante que as vítimas procurem a polícia, registrem o boletim de ocorrência e busquem a Justiça para, pelo menos, não ter de pagar pelo que não gastaram”, disse.

O setor de investigação da DEDC acredita que, com a divulgaç&atilde,;o da imagem de Ana Paula e com todas as informações de como ela agia, mais vítimas apareçam na delegacia. O telefone da DEDC é o 3261-6600.

Ana fazando ‘cosplay’ de rica dentro de carrão. Foto: Divulgação/Polícia Civil.