Operação Âmago

13 pessoas são presas suspeitas de participar de esquema de tráfico

Policiais da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) descobriram uma verdadeira corporação do tráfico de drogas no centro de Curitiba. Foram 13 pessoas presas na madrugada desta quarta-feira (27) na “Operação Âmago”. De acordo com a polícia, quem comandava o funcionamento do tráfico de drogas no Centro era uma mulher de 30 anos, que já tem vários antecedentes criminais.

Com o grupo foram apreendidos 2,1 quilos de crack e 800 buchas da droga, 400 buchas de cocaína, 300 gramas de maconha, balanças de precisão, um colete balístico, uma pistola com mais de 100 munições e cerca de R$ 9 mil. As investigações duraram cerca de quatro meses. Durante este tempo, os policiais descobriram como era o trabalho e perceberam que a quadrilha era dividida em várias funções.

Jane Cleia Ataide Nunes, a “Nega”, era quem comandava todo o tráfico, conforme informou a Denarc. Segundo as investigações, ela recebia a droga de vários fornecedores e imediatamente repassava para três ou quatro pessoas que armazenavam e preparavam a droga para a venda. A chefe da quadrilha tinha como braço direito outra mulher, identificada como Priscila Caroline de Souza.

Depois da preparação, os “vendedores” iam até o local de armazenamento, pegavam pequenas porções para vender e passavam a noite toda na Rua Cruz Machado e proximidades até que tudo estivesse vendido. Com o dinheiro em mãos, os “vendedores” voltavam até “Nega” e entregavam o dinheiro.

A rotina diária da quadrilha foi o que fez com que os policiais descobrissem exatamente como eles agiam e de onde eram. De acordo com a polícia, os suspeitos que embalavam e armazenavam as drogas ficavam na CIC e no Fazendinha, local onde também residiam alguns deles. “Identificamos ainda alguns pontos de venda de droga nestes bairros, que também eram distribuídos e comandados pela quadrilha”, contou a delegada Camila Cecconello.

Grana

A movimentação em dinheiro da quadrilha era de, aproximadamente, R$ 2 mil por dia. Desse dinheiro, parte ia para “Nega” e parte para os “funcionários”. “E eles não paravam um dia sequer do mês. Eram bem preparados e distribuídos. Cada um sabia o que deveria fazer e só voltava quando tudo estivesse vendido”, explicou a delegada.

Com a identificação de todos os suspeitos e o envolvimento que cada um tinha no esquema, os policiais deflagraram a operação e colocaram todos em cana. Ao todo foram presas 6 mulheres e 7 homens. O que chama atenção é que, entre os detidos, quase todos tinham passagem por tráfico de drogas. Dois deles tinham ainda envolvimento em homicídios e porte de arma de fogo.

Além de todos os detidos, dois suspeitos, um jovem e um homem, estão foragidos. Daniel de Souza Januário, conhecido como “Dani”, de 18 anos, e Jefferson Santos, vulgo “Tripa”, de 42 anos. Daniel não tem passagens pela polícia e Jefferson tem antecedentes por tráfico de drogas, furto e receptação. Informações sobre o paradeiro dos dois podem ser passadas pelo telefone da Denarc, pelo 3270-1700.

Foto: Aliocha Maurício.

Famosa

“Nega”, como era conhecida a mulher apontada pela polícia como comandante da quadrilha, era conhecida dos policiais da Denarc. “Em março deste ano fizemos uma abordagem na casa dela e lá encontramos cerca de 300 pedras de crack e R$ 7,2 mil em dinheiro”, disse a delegada. Na ação, uma jovem de 19 anos foi presa em flagrante enquanto embalava a droga que, segundo a polícia, seria vendida na mesma noite. O dinheiro estava dentro de um cofre no interior da casa.