Falta de segurança

Agentes penitenciários podem entrar em greve semana que vem

O silêncio do governo do estado em relação à atual falta de segurança dentro de penitenciárias do Paraná pode fazer com que os agentes penitenciários cruzem os braços a partir da próxima semana. A categoria realiza uma assembleia na próxima terça-feira (19) em Guarapuava para discutir a questão.

Para Petruska Sviercoski, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindraspen), desde que a categoria passou para a administração da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) não houve avanços em relação às condições de trabalho e segurança dos agentes. “Chegou a hora em que o governo precisar ‘dar um jeito’. Não dá para cada funcionário trabalhar por dez”, desabafou.

O comentário de Petruska reflete a atual situação da Penitenciária Central do Estado (PEC), na qual existem 1,7 mil detentos e apenas 10 agentes. De acordo com o Sindraspen, são realizadas 800 movimentações de presos diariamente, entre mudanças de setor e atividades padrão.

“É impossível seguir os protocolos. Existe uma pressão para que a segurança seja deixada de lado e as atividades sejam priorizadas”, comentou. Para tentar reverter o cenário, Petruska afirmou que todos os protocolos serão seguidos à risca, nem que “comprometa o andamento da cidade”.

Tripé

A gestão de uma penitenciária é baseada em uma tríade: funcionários; presos; e atividades. Se há muitos detentos e poucos funcionários a equação das atividades fica comprometida, bem como a execução segura dos procedimentos.

Salários

Os agentes penitenciários também estão na briga pela reposição salarial, em apoio às outras categorias do funcionalismo público que discordaram do aumento de 5% proposto pelo governador Beto Richa nesta quinta-feira (14). A proposta apresentada pelo executivo não permite mais negociações, no entanto, Petruska considera o valor insuficiente.

“Nós não concordamos. Entendemos que o reajuste tem que vir no mesmo índice da inflação”, reiterou.  “Tivemos direitos retirados com os ‘pacotaços’. O governo deveria mostrar um pouco de respeito com o servidor”, completou.