Esquemão de cargas

Malandros clonavam caminhões para desviar produtos de porto

Policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC) investigam uma quadrilha que aplica o golpe da “Placa Virada”, desviando várias cargas, em Paranaguá, no litoral. Segundo a polícia, o grupo embolsou mais de R$ 1 milhão em carregamentos. Uma das cargas, de pneus, está avaliada em R$ 700 mil.

Pelo menos cinco pessoas são suspeitas de envolvimento com o bando, entre elas a secretária de uma transportadora, informante. “Eles se aproveitam da falta de atenção, ganham a confiança dos empresários e são tão bem preparados, que se dividem em diferentes tipos de trabalho dentro da quadrilha”, disse o delegado Wallace de Oliveira Brito. Dos cinco suspeitos, um foi preso, mas a polícia não divulga os nomes, para não atrapalhar a investigação.

A quadrilha age sempre da mesma forma. De acordo com as investigações, o chefe do bando usa seu caminhão para ganhar a confiança dos donos de transportadoras. Depois, pesquisam um veículo com as mesmas características, como cor, ano de fabricação, número de eixos e clonam a placa.

Falsificação

Para garantir que nada seja percebido, falsificam a documentação, tanto do veículo, quanto de um motorista do bando. “Com tudo montado, vão até a transportadora, na maioria das vezes escolhida a dedo, e fornecem o trabalho de frete, como se fossem funcionários idôneos”, disse o delegado.

Ao ganhar a confiança dos empresários, a quadrilha começa a desviar cargas. “A partir do momento em que uma das cargas os interessa, eles fazem tudo como antes, mas, no meio do caminho, o motorista não entrega o carregamento e diz ter sido roubado”. De acordo com as investigações, vários boletins de ocorrência falsos foram feitos pelo bando.

Delegado pediu prisão preventiva dos suspeitos.
Foto: Aliocha Maurício. 

Os policiais afirmam que várias cargas já foram desviadas pela quadrilha. A descoberta da farsa aconteceu depois que uma carga de pneus, avaliada em mais de R$ 700 mil, foi levada e o motorista fez boletim de ocorrência falso. Um dos membros da quadrilha chegou a ser preso, mas o prazo da prisão temporária venceu.

“Pedimos a prisão preventiva de todos, para que fiquem presos e consigamos, assim, encontrar ainda mais empresários que foram vítimas da quadrilha”, explicou o delegado. Empresas que acreditam ter sido vítimas da quadrilha podem entrar em contato com a DEDC pelo 3261-6600.