Que absurdo!

Bairro mais violento de Curitiba tem apenas uma viatura da PM

Praticamente todas as viaturas do 23.º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento da Cidade Industrial, que registrou 15% dos homicídios de Curitiba no ano passado, estão paradas por falta de manutenção. Apenas uma circula durante o dia no bairro e 40 estão estacionadas na sede do batalhão. Em dias de pico, há quase 100 ocorrências para serem atendidas.

Todas as viaturas “baixadas” estão com recado no para-brisas: “Aguardando verba para manutenção”, conforme flagrou a reportagem da Gazeta do Povo na tarde de ontem. Alguns dos veículos estão amassados, outros totalmente destruídos. Os policiais têm trabalhado do jeito que conseguem, com rondas a pé, geralmente em duplas, e com as 28 motocicletas. O problema é que menos da metade deste total é empregado a cada turno de seis horas. As motos são divididas ainda em duas áreas controladas pela 1.ª e 2. ª companhias do 23.º BPM.

Uma líder comunitária, que preferiu não ser identificada, afirmou que, em reunião recente na regional CIC a população reclamou que tem esperado muito pelos atendimentos da polícia.

As motos ficam disponíveis até as 23h, por uma questão de segurança dos próprios policiais. No mesmo horário entram em ação quatro viaturas da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), que ficam o dia inteiro paradas no batalhão e só saem em emergência. No Batalhão, os policiais não falam nada, mas pedem para que a reportagem entre em contato com “o alto escalão” para responder sobre quando as viaturas serão consertadas.

Respostas

Entre 2013 e 2014, segundo os dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), houve um aumento nos homicídios de 30% no CIC, passando de 64 para 84. A Sesp delegou a resposta ao comando do 23.º BPM, que repassou ao Comando Geral. Em nota, a Polícia Militar afirmou que a população da CIC está sendo atendida pelas demais viaturas do 23.º Batalhão , tendo em vista que algumas estão com problemas e esperam a solução, que já foi solicitada.