Terremoto contido

Último suspeito de chacina em mercado é preso pela polícia

A chacina no estacionamento do supermercado Wallmart, em que cinco pessoas foram assassinadas em dezembro, está esclarecida, segundo a polícia. O quarto suspeito, Gustavo Cordeiro de Medeiros, conhecido como “Terremoto”, 22 anos, foi detido em Cândido Mota, interior de São Paulo. Outros dois foram assassinados e o terceiro foi preso, após ser baleado, em janeiro. A guerra entre a parte de cima e a de baixo da Vila Torres, Prado Velho, estava por trás de todas as mortes.

Desde a época do crime, Terremoto foi morar com parentes no estado vizinho, e foi detido com ajuda dos policiais civis paulistas. O detido não falou com a imprensa.

De acordo com o delegado Miguel Stadler, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em 31 de dezembro a namorada de Gabriel Correia de Macedo, 20 anos, avisou que os rivais ele estavam vulneráveis, no supermercado na Avenida Comendador Franco. Ele e seu pai, Valdecir Correia de Macedo, 37, Rodrigo “Sadam”, e Terremoto, teriam ido ao local e executado a tiros os cinco rapazes.

No local da chacina, Gabriel também foi baleado. Ele foi levado ao Hospital Cajuru, mas morreu horas depois. Segundo o delegado, a suspeita é que ele tenha sido vítima de “fogo amigo”. “O disparo que acertou Gabriel possivelmente foi feito pelo Terremoto. No carro das vítimas foi apreendida uma pistola, mas estava em um local de difícil acesso, do lado da caixa de câmbio”, explicou.

Prisões

A polícia descobriu que os suspeitos iriam se mudar para o Bairro Alto e, conforme Miguel, as prisões tinham a data marcada para um domingo de janeiro, dia seguinte da mudança. No entanto, dois dias antes, Valdecir – considerado o mandante do crime, foi assassinado, na mesma ocorrência em que Sadam foi baleado. Esse crime ainda está em investigação, conforme o delegado, mas pode ser que tenha sido vingança por amigos dos rivais.

A disputa entre gangues na Vila Torres é antiga. As duas facções, segundo a DHPP, brigam por pontos de droga na região. Com as prisões de membros das gangues, a polícia espera diminuir o número de homicídios na área. “Já tivemos uma diminuição considerável nos últimos dois meses”, afirmou. Em março e abril, segundo ele, foram quatro assassinatos, sendo que nenhum deles estava vinculado à briga de gangues.