Divergência nas prisões

13 pessoas foram detidas após confrontos no Centro Cívico

De acordo com a Polícia Civil, 13 pessoas foram detidas, a maioria por desacato a autoridade ou suposta agressão contra policiais. A polícia apresentou pedras, paus e garrafas plásticas com líquido inflamável, que teriam sido apreendidas com os manifestantes.

Por volta das 19h, quando parte dos presos era levada ao 1.º Distrito Policial, o delegado-geral Júlio Cezar dos Reis, disse em entrevista que nenhum dos detidos era professor ou funcionário público. “São baderneiros. Um dos presos, por exemplo, é estudante da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e provavelmente alguém pagou para que ele viesse para Curitiba. Isso será investigado”, afirmou.

Termo

No entanto, fontes da Defensoria Pública do Paraná e da Ordem dos Advogados do Brasil informaram que pelo menos sete dos presos eram professores. Entre os outros seis, haveria funcionários da saúde e alguns alunos da UEL. De acordo policiais do 1.º DP, os detidos iriam assinar termo circunstanciado e seriam liberados.

Comando elogia PMs

Para o comando da Polícia Militar, os policiais que participaram da ação no Centro Cívico agiram de maneira correta. “Nenhum policial se negou a agir, todos os envolvidos na ação merecem elogio”, disse o coronel Cesar Vinícius Kogut, comandante-geral da PM do Paraná. Questionado sobre a possibilidade de excesso ou irregularidades no confronto, que resultou em cerca de 200 feridos, oito deles em estado grave, segundo o Samu, o coronel disse que a Corregedoria da PM, com o Ministério Público (MP-PR), deverá investigar.

Segundo o comandante da PM, os policiais apenas cumpriram a decisão judicial de impedir o acesso dos grevistas à Assembleia. “Fizemos um cordão de isolamento que foi furado pelos manifestantes. A polícia só agiu depois que foi atacada primeiro”, afirmou Kogut.

Ordens

Dois coronéis foram responsáveis por comandar os cerca de 1.600 policiais militares que participaram da operação na Praça Nossa Senhora de Salette: o coronel Nerino Mariano de Brito e o coronel Arildo Luis Dias. Arildo era chefe da Corregedoria da PM até terça-feira e, segundo Kogut, foi designado para atuar especificamente no controle dos manifestantes, por ter sido chefe da Casa Militar da Alep.
Mesmo assim, Kogut negou que este fato influencie a investigação dos atos da PM. “O coronel Arildo só deverá voltar para a Corregedoria depois que a investigação seja encerrada e encaminhada à Justiça”, garantiu. “Foram usadas balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Os policiais seguiram os padrões internacionais de contenção de tumulto”, justificou.