Feitiço contra o feiticeiro

Assaltante é esfaqueado pela sua própria vítima no Mercês

Só a coragem para cometer um assalto não foi o suficiente para um rapaz de 23 anos, na manhã desta quarta-feira (4), que foi esfaqueado por uma das vítimas. Três pessoas subiam a Rua Brigadeiro Franco, nas Mercês, quando foram abordadas pelo jovem, que deu voz de assalto. Sem pensar duas vezes, uma das vítimas deu uma facada no rapaz.

Desesperado, o rapaz esqueceu o roubo e pediu socorro no Centro de Diagnóstico Avançado por Imagem (Dapi). Ele entrou ensanguentado no estacionamento do local, onde caiu, recebeu atendimento dos socorristas do Siate e foi encaminhado, em estado grave, ao Hospital Evangélico.

Enquanto o rapaz pedia socorro, as três vítimas chamavam a Polícia Militar para os funcionários do mesmo local. Com a chegada dos policiais, foi feito o registro da ocorrência.

Um funcionário do Dapi, que não quis se identificar, contou que por pouco não foi assaltado pelo mesmo rapaz. “Fui de um prédio ao outro, minutos antes de tudo acontecer, e ele estava ali. Logo depois, quando voltava, vi a movimentação e soube do que aconteceu”, disse. O homem contou que não reparou e muito menos suspeitou do rapaz. “E eu estava com celular e notebook nas mãos”.

Perigo

Indignadas com a falta de segurança na região, algumas pessoas aproveitaram a presença da equipe da Tribuna do Paraná para reclamar. Segundo alguns moradores, sair a pé pela Rua Brigadeiro Franco se tornou impossível. “Só se você quiser ser assaltado”, retrucou um homem que não se identificou.

O bancário aposentado Henrique Futryk, de 62 anos, contou que já não faz mais atividades comuns, como compra de mercado, sem o carro há certo tempo, desde quando a esposa dele foi assaltada. “Ela saiu a pé para comprar carne num açougue na rua de cima e, quando estava próximo à Rua Júlia Wanderley, o bandido a abordou, colocou uma faca no pescoço e a fez entregar todo o dinheiro que tinha”.

Segundo os moradores, a região tem se tornado cada vez mais perigosa e não se vê a presença de viaturas da Polícia Militar. “Não existe patrulhamento por aqui. Eu pelo menos, nunca vi. Temos medo de sair de casa”, lamentou o aposentado. As reclamações foram iguais às da zeladora de um dos prédios vizinhos ao Dapi.

Em resposta à reclamação dos moradores, a Polícia Militar informou, por meio do 12º Batalhão da PM, que o policiamento nas Mercês está sendo feito diuturnamente no bairro, nas ruas citadas e proximidades. Além do policiamento de área, operações especiais do BOPE são realizadas pela região, em alguns dias e horários específicos.

A Polícia Militar, por sua vez, reforça que vai prosseguir com o patrulhamento na região. Além disso, se os comerciantes ou moradores da região já possuírem características de marginais ou informações como placas de veículos utilizados para o cometimento de crimes, devem repassar a Policia Civil, que é responsável pela investigação e identificação de suspeitos.

Comunidade

Além do trabalho da polícia, a PM destaca que cabe aos cidadãos tomarem alguns cuidados básicos, tais como não deixar a mostra objetos de valor como celulares e relógios, ter cuidado ao entrar e sair de estabelecimentos comerciais ou residências e não reagir a assaltos. Além disso, também é importante registrar boletim de ocorrência, que embasa ações policiais. Para as situações de emergência, a PM está à disposição da população por meio do 190.