Bandidas

Loira e Morena causam terror a taxistas de Curitiba e RMC

Duas mulheres, uma loira e uma morena, causam pânico nos taxistas de Curitiba e região. Pelo menos quatro motoristas foram alvo das bandidas na semana passada. Segundo os relatos, quando chegam ao endereço indicado, a loira, que usa uma arma, e a morena, munida de uma faca, dão voz de assalto. Além de levar o dinheiro dos taxistas, elas levam o veículo e abandonam pouco depois. Na noite de sexta-feira, surgiu a informação que as duas teriam sido detidas, mas a polícia não confirmou a prisão.

Taxista há 25 anos, um homem que preferiu não ter o nome divulgado, foi assaltado pela primeira vez, pela dupla de mulheres. Ele contou que elas entraram no carro no terminal do Hauer, perto das 16h de terça-feira. A idade aproximada delas é 25 anos e, segundo o taxista, estavam vestidas sem nada que chamasse a atenção. Durante a corrida, até o bairro Umbará, pelo qual pediram para ir pela Rua Nicola Pellanda, “agiram normalmente, conversaram, não tinha como desconfiar”.

Volante

Quando chegaram próximo a uma igreja, elas pediram que o taxista virasse em uma rua à direita, pois seria onde moravam. “A loira encostou a arma no meu ombro e pediu que eu parasse. A morena saiu de dentro do carro e foi tentar abrir minha porta”, relatou. Elas mandaram que ele não fizesse nenhum movimento. “A loira disse para eu pegar o dinheiro e botar no banco do meu lado”.

As mulheres fizeram com o que taxista saísse do carro e a loira ainda pediu que ele não olhasse para trás. Mesmo assim, ele viu que a morena assumiu o volante. O carro foi abandonado no bairro Cidade Jardim, em São José dos Pinhais. Pela troca de informações sobre as mulheres entre os motoristas, ali elas pegaram outro táxi. “Elas andaram uma quadra e meia, embarcaram e pediram uma corrida até o Boqueirão. Assaltaram o taxista e liberaram ele perto do zoológico”, contou.

O segundo veículo foi abandonado no Boqueirão, onde a dupla teria feito um terceiro taxista como vítima, no terminal de ônibus. O assalto ocorreu na Estrada do Ganchinho, também no Umbará. Conforme o homem, pelas trocas de informações entre os motoristas, as mesmas mulheres agiram de maneira semelhante em Fazenda Rio Grande no dia seguinte. “Parece que também assaltaram em Araucária há uns 20 dias”.

Poupada

Ainda de acordo com a central de rádio-táxi, na sexta-feira duas mulheres embarcaram no Boqueirão. Elas foram até a Pinhais e disseram para a taxista que não a assaltariam porque ela era mulher, mas não pagaram a corrida e ainda comentaram que fariam um roubo no município.

Insegurança

O presidente do Sindicato dos Taxistas do Estado do Paraná (Sinditáxi-PR), Abimael Mardegan, afirmou que a insegurança da categoria só aumenta. No começo da gestão do prefeito Gustavo Fruet, segundo ele, foi feita uma reunião para tomar medidas que evitassem os assaltos, mas “ficou só no discurso”.

Abimael disse que o sindicato não possui estatísticas sobre roubos, mas, para exemplificar o problema, revelou que de sexta-feira da semana retrasada a domingo da semana passada cerca de seis taxistas foram vítimas de assalto em Curitiba e região. De acordo com Abimael, muitos motoristas deixam de fazer corridas à noite e de madrugada, e até deixam de ir a certos bairros, por medo.

Alvo

“Taxista é alvo fácil para qualquer malandro. Quando a pessoa entra no carro, não dá para saber se é bandido ou não”, comentou. Ele contou que pessoas bem-vestidas, “de paletó e gravata”, a mulheres grávidas e idosas, já fizeram assaltos a táxis. “Ainda tem o calote. Pessoas que deixam um pacote com tijolo ou uma mala cheia de jornal, dizem que já vão voltar e somem”, lamentou.