Denúncia

Morte de caminhoneiro que brigou com policiais é investigada

A Polícia Civil aguarda o resultado do exame de necropsia do corpo do caminhoneiro paulista Edivaldo de Lima Alves, 49 anos, para dar continuidade às investigações sobre a morte dele.

A suspeita é de que tenha morrido em função das agressões causadas por dois policiais militares, ao ser detido em um posto de combustíveis em São José dos Pinhais, na noite de sábado (11). 

Depois da prisão, o caminhoneiro foi entregue pelos PMs no Hospital São José, onde morreu, por volta das 3h da madrugada de domingo (12). Em entrevista à rádio Band News, a irmã de Edivaldo, Luciana Lima, disse que o cadáver do irmão tinha vários hematomas e marcas de estrangulamento no pescoço.

“Estava transfigurado, com o corpo todo ferido. No ombro dele tinha a marca da bota, eu vi e tenho fotografias disso”, disse Luciana. Edivaldo saiu de São Paulo para entregar um caminhão cegonha em Blumenau, Santa Catarina.

No sábado, ele parou no pátio do posto, na BR-376, perto da fábrica da Renault. Se envolveu em uma discussão com a gerente do posto, que ligou para a polícia dizendo que estava sendo ameaçada.

Segundo testemunhas, quando o caminhoneiro se recusou em acompanhar os policias, houve luta corporal e após dominá-lo, os PMs colocaram ele na viatura e o levaram preso.

Em nota, assinada pelo major Willian Kuczynski, do comando do 17º Batalhão, a Polícia Militar afirma que Edivaldo resistiu à abordagem dos policiais com uma faca na mão.

“Tentando conter a injusta ameaça, a equipe teve que entrar em luta corporal”, afirma a nota. De acordo com o documento, depois da confusão o caminhoneiro foi levado ao hospital, ainda consciente. Os PMs alegaram só ter percebido que ele estava desmaiado quando chegaram ao pronto-socorro.

O delegado Gil Tesseroli, da Delegacia de São José dos Pinhais, informou por meio da assessoria de imprensa, que o inquérito foi aberto, mas ainda não há provas contra os policiais. Reafirmou que as investigações só poderão avançar após a emissão do laudo do Instituto Médico-Legal (IML), que deve sair no próximo mês.

Segundo investigadores da delegacia, familiares de Edivaldo e funcionários do posto de combustíveis, onde a confusão aconteceu, já foram ouvidos. A PM informou que está fazendo uma investigação interna, mas também precisa do laudo do IML para que seja concluída.