Rotina

Presos da cadeia da Delegacia de Almirante Tamandaré se rebelam

Os 14 presos que estão na cadeia de Almirante Tamandaré se rebelaram duas vezes, por volta das 18h de quarta-feira e a na manhã de ontem. Eles reclamam da superlotação e demora para serem transferidos ao sistema penitenciário, pois em vez do prazo máximo de cinco dias para permanecer na delegacia, determinado pelo governador alguns meses atrás, presos que esperam há três meses a saída para o sistema penitenciário.

Há várias semanas os presos estão agitados na carceragem e tentam escapar. Buracos já foram encontrados nas paredes. Provavelmente por causa do calor intenso e pela superlotação, decidiram se rebelar de forma mais chamativa, queimando colchões e fazendo greve de fome. As duas celas têm capacidade para seis pessoas.

Tensão

Não são somente os presos que estão insatisfeitos. Os policiais também estão preocupados, pois na cadeia há presos perigosos, de grandes quadrilhas. 

Policiais já foram ameaçados de morte e estão em constante tensão, já que a delegacia tem apenas dois policiais por plantão para cuidar da cadeia. Em algumas situações, apenas um plantonista cuida sozinho do local.

“Estamos apenas cobrando o que o próprio governador decretou. Nas delegacias não deve haver presos condenados e nossos detentos estão cumprindo suas penas aqui ou então nem são de nossa comarca”, relata o delegado Hertel Rehbein. 

Nas motins recentes, o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil e policiais militares do 17.º Batalhão contiveram os ânimos dos presos. Porém, os policiais sabem que os presos não vão parar enquanto não conseguirem sair das celas para penitenciárias.

Para evitar mais problemas, os policiais da delegacia local estão fazendo flagrantes apenas de casos graves. Os casos de menor potencial ofensivo estão sendo tratados de outras formas.

Desativados

“Cumprimos o que nos foi mandado e desativamos as demais celas da cadeia, apenas duas estão funcionando, nelas não há água nem luz, pois os presos destruíram as tubulações”, diz o delegado. Ele ainda explica que apenas um preso foi transferido da delegacia em 30 dias.

A Secretaria da Justiça (Seju) afirmou que a carceragem da delegacia de Almirante Tamandaré não tem administração compartilhada, por esse motivo as transferências devem ser solicitadas pelo delegado e dependem de vaga no sistema penitenciário.