Operação Mau Negócio

Encontrado vídeo de estupro em celular de quadrilha presa

A polícia encontrou um vídeo no celular de um dos cinco presos na operação “Mau Negócio”, que mostra o momento em que ele e o comparsa estupram uma das vítimas de assalto. O quinteto foi preso na tarde de terça-feira (23), por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), que investigava os bandidos há seis meses. Eles encontravam as vítimas na internet, em sites de venda de produtos, e são responsáveis por pelo menos sete assaltos à residências. Parte da quadrilha foi presa em Curitiba e o restante em um condomínio residencial em São José dos Pinhais.

Na manhã desta quarta-feira (24), quatro dos cinco integrantes foram reconhecidos por várias vítimas que estiveram na delegacia, entre elas a moça de 20 anos, moradora do Água Verde, que sofreu o abuso sexual durante assalto a casa dela. Cleberson de Souza, 37 anos, e Adenir Alves de Lima, 39, que se trancou no banheiro do apartamento quando a polícia chegou e foi baleado na barriga após uma hora de negociação, foram reconhecidos pela moça como autores do estupro. Adenir continua internado no Hospital São José.

“Encontrar esse vídeo no celular de Cleberson foi revoltante. Ficou evidente a crueldade dessa quadrilha, que chegou a sedar algumas das vítimas”, disse o delegado Marcelo Magalhães. Alisson Rodrigues de Lima, 19, e a namorada dele, Eriléia Fernanda da Silva Vaz, 29, também participaram dos assaltos, segundo as vítimas. Priscila Lucimar Silveira, 26, não foi reconhecida, mas de acordo com a polícia, fazia parte da quadrilha e estava em um carro roubado na hora da prisão.

Os dois casais estão na carceragem da DFR e devem ser transferidos para o sistema penitenciário esta semana, mesmo destino de Adenir, quando receber alta. Vários objetos e equipamentos encontrados pela polícia nos dois apartamentos do condomínio Colônia Rio Grande, na Avenida Rui Barbosa, em São José dos Pinhais, onde os bandidos moravam, foram devolvidos às vítimas. O Celta vermelho e o Peugeot preto, apreendidos, também. A pistola, calibre 40, que estava em posse de um dos marginais foi encaminhada para perícia.

Reprodução
Adenir está no hospital. Priscila não foi reconhecida.

Vítimas

Conforme o inquérito, o quinteto procurava anúncios de móveis ou eletrodomésticos em sites de venda pela internet e fazia contato com as vítimas, se passando por compradores. “Um rapaz muito educado me ligou dizendo que queria comprar a mesa que eu estava oferecendo. Veio até minha casa com mais duas pessoas e olhou o móvel. Disse que daria a mesa para a mãe, de presente, mas alegou querer mostrá-la ao irmão antes de fechar negócio. No fim de tarde, voltaram e anunciaram o assalto”, descreveu uma das vítimas, que preferiu não ter o nome divulgado.

“Ficaram ameaçando eu e meu filho madrugada adentro. Depois nos obrigaram a tomar comprimidos de sonífero e fugiram com meu carro, carregado com tudo de valor que encontraram”, disse a mulher.

O pai da moça que foi estuprada também esteve na delegacia e os policiais tiveram que acalmá-lo para não agredir os presos. “Me amarraram e abusaram dela na minha frente. Me senti inútil por não conseguir impedir. É uma revolta que somente quem passa pode saber, é inexplicável”, desabafou o homem.

Caçada

Na tarde de terça-feira, os policiais souberam que a quadrilha atacaria outra casa, no Xaxim, e conseguiram pegar Alisson e Eriléia antes de chegar &,agrave; residência alvo. Depois foram até o condomínio em São José dos Pinhais e interceptaram Cleberson e Priscila antes de entrar.

Fizeram buscas em um apartamento no primeiro andar do bloco 3 e não encontraram ninguém. Adenir estava no outro apartamento, no segundo andar, e tentou pular a janela, mas um policial do lado de fora disparou na parede e ele recuou.

Em seguida se trancou no banheiro e a negociação começou. Depois de uma hora, a polícia invadiu e, segundo o delegado Rodrigo Souza, Adenir apontou um objeto enrolado em um travesseiro na direção da equipe e foi baleado. “Ele sabia que colegas de cela não toleram estupro e dizia que ia se matar ou atacar quem entrasse no banheiro. Agora espero que ele sobreviva para pagar pelo que fez”, comentou o delegado.

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