Um cabo eleitoral de 21 anos denunciou um tenente da Polícia Militar por agressão. Guilherme Paulo Schultz de Oliveira Neves afirma ter sido agredido pelo policial enquanto colocava cavaletes de um candidato ao governo, na Avenida Presidente Arthur Bernardes da Silva, Santa Quitéria. A briga teria ocorrido depois de discussão sobre estacionamento irregular.
Por volta das 6h30 de segunda-feira (22), o rapaz colocava cavaletes políticos. “Paramos o carro, desci e chegou o policial logo atrás, fardado, mas com carro particular. Ele estacionou e disse que iria multar a gente, porque não poderíamos estacionar naquele local e porque estávamos colocando placas do ‘candidato porco’”, conta Guilherme.
O rapaz contou que voltou para o carro. “Ele me puxou para fora do veículo e disse que iria me dar a multa. Falei que, da mesma forma que o meu carro estava estacionado irregularmente, o dele também estava. Ele me deu voz de prisão por desacato, disse que ele estava abusando do poder e começamos a discutir”, diz o cabo eleitoral.
Depois da discussão, o tenente teria dado um soco no rapaz, que reagiu com socos e chutes. Outros policiais teriam chegado ao local. “Foi a minha reação, afinal estava apanhando sem merecer. Quando eles conseguiram me imobilizar, me colocaram no chão. O tenente chutou meu rosto, apontou a arma para mim e disse que iria me matar, consegui derrubá-lo e, nisso, a arma também caiu”, conta o jovem, que afirma que as agressões só pararam com a chegada da viatura com um capitão. “Pedi para que tirassem as algemas e o capitão tirou”, diz.
Guilherme foi levado à 4ª Companhia do 12º Batalhão. Lá, segundo a denúncia, assinou termo circunstanciado e foi liberado. “Logo depois, fui ao 12º Batalhão e registrei a denúncia”, explica o rapaz. O jovem foi ao Instituto Médico-Legal e fez os exames de corpo de delito.
O outro lado
A assessoria de imprensa da Polícia Militar confirma que o rapaz procurou o 12º Batalhão e registrou a denúncia. De acordo com a PM, os procedimentos legais por parte da corporação foram tomados e investigação interna vai apurar as responsabilidades.
A PM diz que as primeiras informações apontam que o policial trafegava pela via, quando o veículo citado parou em fila dupla, uma pessoa teria descido (o passageiro) e entrado no compartimento de carga. O condutor teria continuado andando com o veiculo por mais um trecho e, de novo, parou em fila dupla.
De acordo com a PM, o tenente estava atrás, fardado, porque havia acabado de sair de serviço, teria verificado que a forma como o veículo estava estacionado poderia causar acidente e teria tentado alertar o motorista, que se negou a tirar o carro. O tenente teria descido, pedido a documentação e o rapaz se recusado, mesmo vendo o policial fardado. Houve discussão e, depois “uma situação de briga no local”, que vai ser investigada.