Quem passou pela região central de Curitiba ontem deve ter notado que, quase a cada esquina, havia uma dupla de policiais militares. Eles fazem parte dos mais de 2.400 soldados e bombeiros que se formaram no fim da semana passada e já estão iniciando as atividades na corporação, sob a supervisão de oficiais. Apesar de aprovarem o reforço no policiamento, há quem acredite que seja “estratégia eleitoreira”.
Na sexta-feira, 2.223 soldados e 210 bombeiros militares se formaram no curso preparatório para atuar em todo o Estado. Somente em Curitiba, região metropolitana e Litoral são 907 novos policiais e bombeiros. Esses militares foram aprovados em concurso público, contratados pelo governo e, em novembro do ano passado, iniciaram a formação em 38 unidades da PM.
Preparação
O diretor de Ensino e Pesquisa da PM, coronel Douglas Sabatini Dabul, explica os novos soldados estão preparados para a atuação nas ruas. “O curso abrange desde a parte física até a psicológica, para que possam atender bem a comunidade paranaense. Já passaram por grande experiência no período de estágio”, afirmou.
A formação envolve disciplinas como técnicas policiais militares, defesa pessoal, educação física, chefia e liderança, técnicas de abordagens e tiro policial, filosofia de polícia comunitária, direitos humanos e estudo do direito. “A gente busca trabalhar a aproximação do policial com a comunidade, orientando que a segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos”, afirmou Dabul.
O capitão Cruz, do 12.º Batalhão da PM, disse que, para a unidade, responsável pelo Centro, foram destinados 58 novos soldados, que estão atuando na área que vai da Praça Eufrásio Correia ao Largo da Ordem. Eles recebem orientações de três oficiais, que ficam de prontidão na supervisão dos novos militares. Conforme o capitão, a área foi escolhida por ser conturbada, com base nas estatísticas de ocorrências da corporação, mas pode ser alterada no decorrer da semana.
Comunidade
O casal Airton Bueno e Oazeniria Bueno passavam pela Praça Carlos Gomes na tarde de ontem e gostaram de ver o aumento do efetivo. “O reforço no policiamento é sempre bom para a segurança”, comenta Airton. “Mas nessa época de eleições tudo fica bom, o que não é bom passa a ser”, diz Oazeniria.
O padre Antônio Ataliba Staut, morador do centro, estranhou a quantidade de policiais nas ruas. “Nunca vi isso não”, afirma. Ele acredita que o reforço é uma estratégia política para ganhar votos da população.
