Presos decapitados

Já passa de 30 horas a rebelião na Penitenciária de Cascavel

Já passa de 30 horas a rebelião iniciada por volta das 7h desse domingo (24). O motim deixou ao menos quatro mortos, três feridos e com dois agentes penitenciários feitos reféns, instalou o caos na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), no Oeste do Estado.

Segundo a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), dois presos morreram decapitados e outros dois foram jogados do telhado, que tem 15 metros de altura. Um quinto preso teria caído do telhado e quebrou a perna, sendo encaminhado ao hospital.

Porém, segundo Antony Johnson, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), são cinco mortos. Um terceiro preso arremessado do telhado também já teria morrido.

A Seju não confirmou se há mais feridos além dos presos arremessados do telhado. As negociações foram retomadas na manhã desta segunda-feira (25), mas por volta das 10h30 os presos voltaram a atear fogo no interior da penitenciária.

O diretor do Departamento de Execução Penal (Depen), Cezinando Paredes, e a secretária de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, seguiram a Cascavel para negociar com os detentos, juntamente com Cícero Tenório, comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, e Paulo Damas, juiz da Vara de Execuções Penais.

Rodovia fechada

Insatisfeitos com a falta de informações sobre a situação dos presos, familiares dos detentos voltaram a bloquear a rodovia BR-277 na manhã desta segunda-feira.

Início

No começo da manhã, dois agentes penitenciários foram feitos reféns, durante a entrega do café da manhã, na 9.º galeria do bloco três. A maior parte da estrutura do presídio foi depredada pelos detentos como forma de protesto.

Os presos atearam fogo em colchões e subiram com os reféns no telhado do presídio. Além dos agentes, seis presos, entre eles o ex-policial civil Ademar Antônio Marcon, foram rendidos.

As cabeças dos decapitados foram usadas como tortura psicológica contra os agentes penitenciários. Os rebelados usavam capuz para esconder o rosto e estenderam faixas alusivas ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que domina presídios em vários lugares do País.

Reivindicações

Entre as reivindicações estão o fim da revista íntima, melhoria da estrutura e da comida, e algumas “regalias”, como maior tempo para banho de sol e andar sem algemas. Para o presidente do Sindarspen, a rebelião acontece por causa da falta de estrutura.

“Não há profissionais tanto operacionais, como técnicos. Não há manutenção nas unidades. Muitas vezes os servidores da unidade têm que pagar do próprio bolso, para comprar itens extremamente necessários”, disse, afirmando ainda que apenas nove agentes cuidavam dos mais de mil presos da PEC, quando começou a rebelião.

De acordo com Seju, pelo menos 60% dos presos aderiram à rebelião. Ontem mesmo, 77 detentos, ameaçados pelos rebelados, foram transferidos para a Penitenciária Industrial de Cascavel.

A Secretaria informou ainda que existe a suspeita que a rebelião tenha se iniciado por uma briga interna entre as facções. Apreensivos, familiares dos presos acompanharam a revolta dos presos do lado de fora do presídio. A polícia usou balas de borracha para tentar intimidar os rebelados, mas sem conter o tumulto.

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