Quatro Barras

Mais uma mulher é brutalmente assassinada na Grande Curitiba

A Polícia Militar até pensou ser um trote a ligação de um funcionário do Cemitério Parque Memorial Graciosa, no Jardim Menino Deus, em Quatro Barras, que dizia ter encontrado uma mulher morta em um matagal dentro do local, que fica na Avenida 25 de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (31).

Quando os policiais chegaram, tiveram o mesmo susto que o funcionário do local teve. A mulher, de aproximadamente 25 anos, estava morta com sinais de brutalidade.

Segundo a Polícia Militar, a moça, que estava amarrada pela perna direita, teve os dedos de uma das mãos decepados. Ela estava sem a parte de cima da roupa e usava calça legging e tênis all star preto.

A moça teve o rosto praticamente todo distorcido, por ferimentos possivelmente causados por ácido. A suspeita é de que estava morta no local há, pelo menos, quatro dias e a causa da morte é um mistério. O funcionário Aparecido de Souza, 40 anos, foi quem encontrou a mulher no terreno.

“Fizemos a limpeza do gramado do cemitério e quando fomos jogar os galhos e gramas cortadas para dentro do matagal, encontrei o corpo e levei um susto. Não conseguia acreditar no que estava vendo”, disse.

O homem imediatamente ligou para a PM. “No começo, os policiais até desconfiaram do que estávamos dizendo, porque é comum ter gente morta no cemitério, mas depois perceberam que era verdade e quando chegaram tiveram o mesmo susto que eu”, explicou.

De acordo com o soldado Raul, do 22º Batalhão, os policiais realmente acreditaram que era um trote. “Ultimamente temos recebido algumas ligações falsas, por isso pensamos duas vezes antes de nos encaminharmos, mas tivemos que confiar na informação que o funcionário passou”, disse.

Para o soldado, os assassinos devem ter entrado no matagal por um terreno que não pertence ao cemitério. “Existe uma estrada rural bem pouco conhecida, que dá acesso ao outro lado do matagal. Um lugar bem ermo. Acreditamos que entraram por lá com a moça já morta e a amarraram neste local para que não caísse no terreno do cemitério”.

Sobre a causa da morte, pouco se falou no local. Pelo estado de decomposição que o corpo se encontrava, só foi possível constatar que ela teve algumas partes do corpo cortadas, como os dedos da mão esquerda, e também que tinha fortes sinais de agressão.

“Mas somente o IML vai apurar se, por exemplo, ela foi torturada antes de morrer e se foi morta no local”, explicou o soldado Raul. O funcionário que encontrou o corpo contou que as portas de acesso ao cemitério são fechadas todas as noites.

“Além disso, não vimos nenhuma movimentação estranha. Se tivesse entrado alguém aqui nós teríamos visto”, disse Aparecido. A direção do cemitério não se pronunciou sobre o que aconteceu no local.

Policiais da Delegacia de Quatro Barras estiveram no local e a perícia do Instituto de Criminalística deve colher informações para que o corpo seja identificado no Instituto Médico Legal de Curitiba.

Mulheres na mira

Este foi o quarto assassinato de mulheres em Curitiba e região no período de uma semana. Três aconteceram na região metropolitana, inclusive o primeiro crime, que foi em Colombo. A última mulher encontrada morta, na tarde desta quarta-feira (31), no Caximba, também tinha sinais de brutalidade.

O primeiro caso foi há exatamente uma semana, no dia 24, em Colombo. Driele Aparecida Machado de Barros, 26 anos, foi morta com vários tiros no meio da rua, na Rua Atalaia, no Jardim Guaraituba, minutos após furtar uma prancha de cabelo em um brechó.

Na segunda-feira (28), Scheile Dias da Cruz, ,25, foi encontrada morta no bairro Cachoeira, em Almirante Tamandaré. Ela foi atingida por cinco tiros na cabeça e a polícia acredita que tenha sido desovada por uma Kombi no local onde foi vista, na entrada de um pesque-pague às margens da Rodovia Admar Bertolli, o Contorno Norte.

Ainda com grama na boca, uma mulher, de aparentemente 30 anos, foi encontrada morta em um matagal, próximo às cavas do Rio Iguaçu, no Caximba, na tarde desta quarta-feira (31).

Além das marcas de queimaduras similares às produzidas por cigarro, a moça tinha um grande ferimento na cabeça. No pescoço e parte do rosto, foram encontradas queimaduras em linha, parecidas com as causadas por haste de ferro quente.

O crime chocou inclusive a perícia do Instituto de Criminalística, que acredita que o crime tenha sido cometido na noite de terça-feira (29). A polícia acredita que possa ser crime passional, mas somente após a identificação da vítima será possível ter mais informações sobre o motivo e autoria do homicídio.

Paraná Online no Google Plus

Paraná Online no Facebook