Sítio Cercado

Dois policiais suspeitos de participação em chacina são presos

Dois policiais militares são apontados pela Polícia Civil como suspeitos de estar por trás da chacina que aconteceu em 30 de junho, no Sítio Cercado. Os soldados Alisson dos Santos Cszulik e Michel Alvan Diel, ambos do 13.º Batalhão, foram presos. Outro suspeito, conhecido como “Titião” e identificado como Alceu Luiz de Lima, está foragido.

Na noite do crime, quatro pessoas da mesma família foram executadas a tiros em uma casa, na Rua Jardim Alegre, Vila Osternack. Jaqueline Garcia da Silva, 33 anos, grávida de oito meses, Jonathan Pereira Veloso, 29, e os adolescentes Kauane Garcia Dias de Farias, 16, e Aílton Augusto Garcia Dias de Farias, 14, foram mortos com tiros na cabeça.

Uma criança, de 6 anos, sobreviveu e foi encontrada na rua por um taxista, que a levou à PM. Ela está sob cuidados do Conselho Tutelar. A menina foi ouvida por psicólogos e recebe atendimentos psicológico. Sobre o taxista que acudiu a criança, a DHPP não confirmou se foi ouvido.

Segredo

Na manhã desta terça-feira (29), a delegada titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Maritza Haisi, afirmou não poder dar informações sobre as investigações, porque estão em segredo de justiça. O segredo foi pedido pela Polícia Civil, mas, de acordo com o delegado Cristiano Quintas, explicar o motivo do pedido revelaria detalhes das investigações.

Informação não confirmada pela Polícia Civil é que câmeras de segurança mostram os suspeitos pararem o carro em frente à casa e, depois da execução, deixam o local. “Temos imagens, mas também temos outras provas que nos dão certeza da linha de investigação”, disse a delegada.

Desde a época em que o crime aconteceu já se sabia que o alvo dos suspeitos seria Jonathan. A informação, apesar de não confirmada pela DHPP, dá conta de que o rapaz seria responsável por venda de drogas na região. O motivo do crime seria o controle do tráfico e cobrança de “pedágio” para que o rapaz continuasse a vender entorpecentes. “Não podemos confirmar se o alvo era o rapaz ou se ele estava envolvido com o tráfico. Podemos dizer que o suspeito foragido, era tido na região como traficante”, explica o delegado Cristiano Quintas.

Medo

Na manhã do crime, no dia 30 de junho, o clima entre os vizinhos da casa era de medo e ninguém quis se identificar à reportagem. A única informação era que viram a movimentação da polícia na madrugada. Além disso, os moradores diziam não conhecer os vizinhos, que haviam se mudado há pouco tempo. “Não davam nem bom-dia. Muito menos olhavam para a gente”, disse um homem, que não quis se identificar.

Detidos dizem que não há provas

Em entrevistas a emissoras de televisão, Alisson e Michel alegaram inocência, contestando detalhes da investigação, que não foram divulgados pela DHPP. Segundo eles, imagens de câmeras de segurança mostram um Gol branco parar em frente à casa e três homens encapuzados descerem. Para os policiais, as imagens são de péssima qualidade, não mostram a placa do Gol, muito menos permitem identificar os suspeitos.

Teria embasado o pedido de prisão testemunhos de três traficantes, dizendo que a dupla sempre faz rondas com viatura caracterizada e cobra “pedágio” dos traficantes locais há mais de seis meses. Os soldados alegaram que trabalham no Pinheirinho e não fazem rondas no Sítio Cercado. Também disseram que estão há apenas 15 escalas trabalhando juntos, o que não dá mais se um mês de serviço.

Depois das entrevistas, os soldados se apresentaram à polícia com seu advogado, Cl&aacut,e;udio Dalledone Júnior, para dar cumprimento aos mandados de prisão temporária, mas não foram ouvidos. “Temos 30 dias para ouvir os dois rapazes”, disse o delegado Cristiano Quintas.

Antes de serem encaminhados ao Batalhão de Polícia de Guarda, os suspeitos passaram por exames de praxe no Instituto Médico-Legal.

Chacinas

Outras duas chacinas ocorreram em Curitiba, este ano. Em 28 de janeiro, na Rua Arnoldo Wolff Gaensly, no Atuba, foram executados Ruan Alves Batista, 21 anos, dono da residência; Raphael Bento, o “Pateta”, 24, seu irmão; Marcus Douglas Adonsky, 23; e Diego Henrique dos Santos, 19. Os irmãos tinham envolvimento com o tráfico e Raphael era investigado por homicídios no Novo Mundo.

Numa residência da Rua Joaquim Teodoro Portugal, no Xaxim, em 31 de maio, foram mortos Roberto Carlos Mattozo Farias, 46 anos; Mayckon Kuil Inglês da Luz, 30; Sidineia Lima da Silva, 38; Ailson Martins Ferreira, 35; e Murilo Gomes Veiga, 19. A Divisão de Homicídios não deu detalhes sobre o andamento destes casos. Apenas confirmou que as investigações continuam.

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