Cuidado!

Quadrilhas usam avisos de pensão para aplicar golpes

Por telefone ou por correspondência quadrilhas abordam os candidatos a vítima comunicando sobre o “ressarcimento de perdas de pensão ou pecúlio” (seguro pago aos familiares de um segurado morto). A ação segue a linha de golpes igualmente manjados como o do bilhete premiado, que promete ganhos algumas vezes maiores do que o valor a ser desembolsado pelo iludido. No caso do “ressarcimento por perdas”, o valor a ser depositado é justificado como pagamento das custas e taxas do processo.

O aposentado José Vicente Bittencourt, 63 anos, no final de maio recebeu uma correspondência desse tipo só que, felizmente, resolveu investigar antes de perder dinheiro. “Desconfiei que era golpe no ato, pois não tenho esse tipo de ação para resolver”, conta. Ele reconhece que o documento poderia induzir ao erro. Vinha em papel especial, timbre com o símbolo da Justiça, e informava que Bittencourt receberia R$ 57.230 em três dias a contar do depósito de R$ 6.673 para o pagamento das custas para a empresa Godoy Consultoria Financeira e Jurídica, com sede em Santos (SP). “Eliminei qualquer sombra de dúvida sobre o golpe ao entrar em contato com a Polícia Civil de lá. Coincidentemente, a delegacia ficava na mesma rua da suposta empresa”, comenta.

No primeiro contato com a polícia santista, ele descobriu que os números de telefone fixo que vinham no documento eram linhas móveis. “Até hoje não soube do desfecho da história, mas só reforcei que esse tipo de crime só se sustenta porque ambição e ganância fazem as pessoas caírem”, ensina.

A Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas explica que esse golpe lança mão da estratégia de abordar vítimas em estados fora do Paraná, para que o inquérito e a investigação fiquem em uma localidade longe de quem foi lesado, maquiando as estatísticas e dificultando o acompanhamento do caso. Isso colabora para que o dinheiro perdido não seja recuperado.

O presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Paraná (Apospar), Tiago dos Santos, conta que nas duas situações em que a entidade foi procurada por esse tipo de situação, as pessoas ainda não tinham depositado qualquer valor. “O alto valor fecha os olhos de muita gente, por isso a dica é procurar o órgão citado para ver se a informação procede ou, no caso dos aposentados que são alvos de vários tipos de golpe, procurar associações representativas”, defende. “Mas tudo que envolve uma ação judicial que você não moveu ou uma oferta de ressarcimento com algum depósito antecipado reúne todas as características de golpe”, alerta.

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