Julgamento que faltava

Última acusada de matar Louise é condenada a 20 anos

A terceira e última acusada de assassinar a estudante universitária Louise Sayuri Maeda, em maio de 2011, foi a julgamento ontem, no Tribunal do Júri de Curitiba. Fabiana Perpétua de Oliveira, 23 anos, foi condenada a 20 anos de prisão, sem direito a recorrer em liberdade. Os outros réus já foram condenados.

O juiz Leonardo Bechara Stancioli leu a sentença às 23h, depois de cerca de 10 horas de julgamento. Fabiana foi condenada por homicídio triplamente qualificado, motivo torpe, impossibilidade de defesa à vítima e ocultação do furto no caixa da loja em que trabalhava com a vítima. Atuaram na promotoria Lúcia Inês Giacomitti Andrich e Gianfranco Petruziello. A defesa ficou a cargo do advogado Juliano Deffune Flenik.

Lineu Filho
Deise: ciclo fechado.

Deise Maeda, mãe de Louise, visivelmente emocionada, não falou muito depois de ouvir a sentença. “Estou há três anos sem minha filha. Esta sentença foi merecida e a justiça foi feita. Espero que os réus cumpram a pena que lhes foi imposta”, declarou. Para o futuro, Deise pensa em voltar ao trabalho e recomeçar a viver sem Louise. “Um ciclo foi encerrado hoje”, afirmou.

Depoimento

Fabiana, sem demonstrar emoção, disse ao juiz que assistiu ao crime, mas não participou do homicídio e nem sabia dos planos de Márcia do Nascimento, 24 anos, que já foi condenada pelo crime. Ela afirmou que saía com frequência para beber com os colegas de trabalho e a data do assassinato de Louise, para ela, seria um “dia normal”. Em depoimento, Fabiana contou que, após abandonarem o corpo da vítima, ela, Márcia e seu namorado, Elvis de Souza, 22 anos, foram para a casa dela, no Tatuquara, onde tomaram cerveja e cheiraram cocaína. A acusada declarou ainda que tinha bom relacionamento com a vítima e não tinha motivos para matá-la.

Desvio

Louise trabalhava como gerente numa iogurteria do Shopping Mueller e era supervisora de Fabiana e Márcia. A universitária descobriu que as funcionárias estavam desviando dinheiro do caixa da loja e estaria para denunciar o esquema a sua chefia, quando as duas funcionárias planejaram o sumiço da gerente para que não fossem delatadas. Sem saber do plano, Louise aceitou carona para casa, depois do expediente. Entrou no carro com as duas funcionárias e o namorado de Márcia, Elvis. Na Rua Nicola Pelanda, na divisa de Curitiba com Fazenda Rio Grande, sobre a ponte do Rio Iguaçu, Márcia fingiu ter passado mal para que Elvis parasse o carro. Louise foi atraída para fora do veículo e assassinada a tiros, depois teve o corpo jogado dentro do rio. O cadáver só foi encontrado 17 dias depois numa cava, no Campo do Santana, para onde o corpo foi carregado pelas águas.