Golpe

A cada 20 boletins de ocorrência feitos na DFRV, três são falsos

A cada 20 boletins de ocorrência registrados na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículo (DFRV), na Vila Izabel, pelo menos três são falsos, segundo a Polícia Civil. “Vai desde gente que está tentando dar o golpe do seguro até pessoas que tiveram algum tipo de desacerto comercial e tentam usar a polícia para pressionar a outra parte envolvida no negócio”, explicou o delegado Cassiano Aufiero.

O dado foi divulgado na quinta-feira, durante a apresentação de Célio Aparecido Magalhães, 40 anos, preso um dia antes por denunciar um crime que não aconteceu e tentar subornar os policiais oferecendo R$ 6 mil para sair livre das acusações.

Ele tinha comprado um Fiesta de uma mulher, mas não pagou as parcelas do financiamento. A proprietária o encontrou na terça-feira e tomou o veículo de volta. Indignado com a represália, Célio foi até a DFRV e disse para a polícia que havia sido assaltado por marginais armados na Rua Francisco Derosso, Boqueirão. “A história não ‘colou’. Nossos policiais logo desconfiaram que havia algo errado, já que o carro não estava no nome dele. Eles inclusive alertaram que ele poderia ser preso por isso”, comentou Aufiero. Mesmo assim, Célio insistiu e registrou a queixa falsa.

A proprietária do veículo foi procurada no mesmo dia e contou toda a verdade para os investigadores, que foram atrás de Célio, mas não o encontraram. Na quarta-feira ele se apresentou na delegacia e, segundo os policiais, ofereceu dinheiro para não ser preso. Mas não teve jeito e ele foi autuado por denunciação caluniosa e corrupção ativa e permaneceu detido. A mulher, mesmo não tendo recebido o dinheiro do veículo, foi obrigada a assinar um termo circunstanciado por ter pegado o carro de volta sem comunicar a polícia, configurando crime de exercício arbitrário das próprias razões, mas foi liberada em seguida.