Virando rotina

Motorista embriagado é acordado por policiais em Pinhais

Depois do caso do empresário que foi levado à Delegacia de Delitos de Trânsito por estar dormindo embriagado com o carro parado na rua, foi registrado mais um caso nesta semana. Desta vez em Pinhais.

O motorista de um Ford Fusion com placas de Curitiba foi encontrado com o carro estacionado em um local proibido na Rua Reinaldo Ribas, no cruzamento com a Jacob Macanhan. Os policiais militares demoraram mais de 20 minutos para conseguir acordar o rapaz. Sirene ligada, batidas no vidro do carro e muitos gritos.

Nada adiantou. Foi preciso que um policial do 22º Batalhão entrasse pelo porta-malas do carro para que Giordano Kostcoski, 34 anos, acordasse. Aos policiais, o rapaz disse que não sabia como tinha parado ali e muito menos a procedência das latinhas e do copo de cerveja que estavam dentro do carro.

Como o carro estava estacionado, ele não foi encaminhado à delegacia, mas levou multa por estar em local proibido e teve que chamar familiares para busca-lo, já que não tinha nenhuma condição de dirigir.

A lei

Nesta semana, por conta dos vários casos envolvendo motoristas alcoolizados que dormem e são flagrados com os carros parados na rua, o Paraná Online procurou saber por que os casos têm desfechos diferentes.

Em outubro do ano passado, uma jovem foi encontrada na mesma situação na Avenida Getúlio Vargas, em Curitiba, e foi liberada pelos policiais sem responder por crime algum.

Em seguida, nesta semana, um empresário foi flagrado na Avenida Silva Jardim, foi encaminhado à Delegacia de Delitos de Trânsito e deve responder pelo crime de embriaguez ao volante, mas em liberdade. Agora, o rapaz foi encontrado com o carro estacionado na contramão e apenas levou multa.

Para o advogado e presidente da Comissão de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná, Marcelo Araújo, a interpretação das leis de trânsito deu caminhos diferentes a todos estes casos. Ele afirma que os policiais estiveram corretos em ambas as decisões.

O texto, de acordo com o advogado, gera interpretações que levam os policiais a analisarem, antes de avaliarem se a pessoa está ou não alcoolizada, se ela estava dirigindo o carro, por exemplo.

O caso da mulher do ano passado é semelhante ao do rapaz encontrado na madrugada desta sexta. Apesar de parados em locais proibidos, o motor de ambos os carros estavam desligados, como se estivessem estacionado ali porque não sentiam condições de dirigir, por estarem bêbados ou com sono.

Para a polícia, não havia indícios de que eles estariam dirigindo quando dormiram e, por isto, na visão de Araújo, os policiais interpretaram corretamente a lei, entendendo que estavam apenas estacionados em local proibido. Isto gerou apenas o prejuízo para o bolso dos motoristas no valor de aproximadamente R$ 85,00 e quatro pontos na carteira.

Já no caso do empresário, um vídeo gravado pela equipe de reportagem do Programa 190 mostrou que, além do motor do carro estar ligado, as luzes de freio acionadas indicavam que o motorista dormiu com o pé no pedal.

Assim, os policiais interpretaram que o homem estava dirigindo e pegou no sono durante a espera do sinal vermelho. E como ele aceitou fazer o teste do bafômetro, a verificação tornou mais evidente o crime de condução em estado de embriaguez.