Cartões telefônicos levam vigarista à cadeia

Cartões telefônicos adulterados e que rendiam aos usuários a possibilidade de realizar ligações nacionais e internacionais a um custo baixíssimo. Era através da venda ilegal desses cartões que Sebastião Matoso Alcântara, 59 anos, ganhava a vida. A aplicação do golpe foi descoberta pela reportagem do Paraná-Online, que levou o assunto para a polícia, que prendeu o vigarista em flagrante na Praça Santos Andrade, em Curitiba.

Cada cartão adulterado custava R$ 6 e dava ao comprador a possibilidade de utilizar até mil créditos, acarretando grandes prejuízos à empresa de telefonia responsável pelo sistema. Sebastião foi detido em flagrante por oficiais do Serviço Reservado da Polícia Militar (P-2), em frente ao prédio dos Correios. Com ele foram apreendidos dezenas de cartões, que eram feitos em São Paulo e adquiridos por R$ 3. O preso foi encaminhado à Central de Polícia e deve responder pelo crime de estelionato.

Segundo Sebastião, seus principais clientes são pessoas que trabalham na região central e que necessitam do telefone para contatos de serviço. Devido ao alto valor de créditos, o cartão oferece a possibilidade ao usuário de realizar ligações para demais estados brasileiros e outros países. “Muita gente liga para o Japão”, revelou Sebastião.

Investigação

Através de uma denúncia por telefone, a equipe do Paraná-Online resolveu ir às ruas verificar a possível venda irregular de cartões telefônicos na Praça Santos Andrade. Não foi muito difícil encontrar a área de atuação dos vendedores.

Enquanto a reportagem investigava, um dos clientes de Sebastião chegou até ele querendo adquirir outro exemplar do cartão. O comprador disse que trabalhava como vendedor e o telefone era uma das suas principais ferramentas de trabalho. Com apenas um cartão, conseguiu usar 500 créditos. Se cada cartão com 20 unidades custa R$ 3, no fim das contas ele conseguiu economizar R$ 67. O prejuízo ficou com as operadoras de telefonia e também com demais usuários do sistema que pagam suas contas em dia.

Para cada cliente, Sebastião tinha a paciência de explicar como o cartão funcionava e ainda demostrava na prática a utilização do produto. Sinal de que os ambulantes não estavam preocupados com a fiscalização.

Depois de constatada a venda irregular, a reportagem acionou a polícia, que fez a prisão em flagrante. Segundo a Polícia Militar, seria aberto um inquérito para apurar a origem do material.

A empresa Brasil Telecom, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que desconhece a existência desse tipo de golpe e vai apurar mais detalhes para definir qual medida será tomada. Segundo a empresa, os cartões comportam até 60 créditos e são vendidos oficialmente nas agências dos Correios.

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