Morte de Rachel Genofre ainda é um mistério

Ato público com cerca de 20 pessoas marcou ontem o aniversário de cinco anos do assassinato de Rachel Genofre. A menina tinha 9 anos quando foi encontrada morta dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba, em 3 de novembro. O ato “5 anos do Assassinato de Rachel”, organizado pela União Brasileira de Mulheres (UBM), não atraiu muitas pessoas na Boca Maldita, às 17h, e pouco mais de uma hora depois, foi encerrado.

Para Maria Cristina Lobo Oliveira, mãe de Rachel, responsabilizar o Estado é impedir que crimes brutais contra mulheres sejam cometidos no Paraná. “Há 5 anos convivemos com uma polícia despreparada, negligente e sem estrutura para solucionar esse crime. Temos por outro lado, bons profissionais, que não descansam e trabalham duro. Nenhum paranaense merece a face ruim da polícia, que se repete nos casos de violência contra mulheres e meninas como os emblemáticos casos da menina Rachel e da Tayná. Não podemos aceitar que o assassino de Rachel fique impune. Vamos pressionar o governo para que o crime seja solucionado e para que políticas públicas de enfrentamento e prevenção da violência contra mulheres e meninas existam e sejam eficientes”, declarou ao site da UBM.

Investigação

O inquérito sobre a morte de Rachel já conta com sete volumes e hoje é presidido pela delegada Maritza Haisi, que assumiu a Delegacia de Homicídios após a saída do delegado Rubens Recalcatti. Chegar ao paradeiro do matador era prioridade para o delegado, que, no início do ano, chegou a divulgar novo retrato falado do suspeito, além de novas imagens dos lençóis e da mala onde Rachel foi encontrada.

Maritza disse ontem que o caso está sob sigilo e não pode comentar a nova linha de investigação. Mas ela ainda tenta descobrir quem comprou a mala.

Comentou-se recentemente que um novo suspeito estava sendo caçado no exterior. Ele trabalhava numa loja perto da rodoviária e desapareceu logo depois do crime. Ela afirma que a delegacia não para de receber denúncias sobre novos suspeitos. Dezenas deles já foram submetidos a exames de DNA. “Todas as informações são verificadas. Estamos trabalhando para que este caso não entre no rol dos crimes sem solução”, afirmou a delegada.

Violência

O Paraná foi considerado, no ano passado, o terceiro em número de homicídio contra mulheres, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou a violência contra a mulher no Brasil. Segundo dados do Mapa da Violência de 2012, elaborado pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça, o índice paranaense é de 6,3 mortes por grupo de 100 mil e a média nacional é de 4,4. A CPMI considerou ainda o caso da Rachel como “caso emblemático de omissão”.