Mudança na chefia

Delegado Riad Farhat assume comando da Polícia Civil

A crise na Polícia Civil com o caso Caso Tayná, que envolvem supostas torturas de policiais e um delegado a suspeitos, resultou na troca do comando da instituição. O delegado Marcus Vinícius da Costa Michelotto deixou o cargo de delegado-geral e foi substituído por Riad Braga Farhat, que respondia pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc).

Outra alteração ocorreu na chefia da Corregedoria Geral. O delegado Paulo Ernesto Araújo Cunha foi substituído por Valmir Soccio, que estava lotado na Divisão de Infraestrutura, e pode ser considerada a primeira indicação do novo delegado-geral.

O secretário da Segurança Pública, Cid Vasques, reconheceu ontem que divergência na linha de investigação da delegacia do Alto Maracanã afetou a imagem da instituição. Ele justificou a mudança como “correção de rumo”. Entre as medidas anunciadas está a reavaliação dos métodos de investigação.

Renovação

“É uma nova maneira de pensar a Polícia Civil”, disse o secretário. Vasques deixou claro o desejo estreitar as relações com a Polícia Militar e descartou uma troca do comando da PM. Michelotto e Cunha assumirão outras funções na corporação, que ainda não foram definidas.

O novo delegado-geral deve assumir o posto nos próximos dias e poderá fazer mais mudanças. “Vamos promover alterações na Corregedoria da Polícia Civil de maneira que ela possa ser reforçada e reavaliada para que possam ser depurados os maus policiais”, afirmou o secretário. Quanto à tortura, Vasques se limitou a dizer que “há fortes suspeitas de que isso tenha ocorrido”, mas que caso a culpa seja comprovada haverá punição.

Contradições

O secretário frisou que as contradições na linha de investigação da morte de Tayná foram detectadas pela própria Secretaria.

O inquérito finalizado pelo delegado Fábio Amaro, que assumiu a delegacia do Alto Maracanã nas férias de Silvan Rodney Pereira, indicou que a garota foi violentada pelos quatro suspeitos. Porém a perita Jussara Joeckel tornou público que não havia sinais de violência sexual.

Os quatro suspeitos admitiram em depoimento ao Ministério Público que foram torturados para confessar o crime, fato que culminou na prisão, até hoje, de 15 pessoas, entre elas nove policiais civis e do próprio delegado Silvan.

ANPr
Vasques colocou Riad, que era da Denarc, à frente da instituição.