Caso Tayná

Justiça decreta prisão de envolvidos em tortura no caso Tayná

A Justiça acatou, no fim da tarde desta quarta-feira (17), 14 das 15 solicitações de prisão feitas pelo Grupo Especial de Atuação no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, pela acusação de torturas contra Sérgio Amorin da Silva Filho, 22 anos, Paulo Henrique Camargo Cunha, 25, Adriano Batista, 23, e Ezequiel Batista, 22.

Arquivo
Delegado Silvan.

Os quatro foram presos depois de confessar estupro e homicídio de Tayná Adriane da Silva, 14 anos, no final do mês passado, em Colombo.

Até as 23h desta quarta-feira (17), dez mandados tinham sido cumpridos. Entre os presos estão seis policiais civis, um guarda municipal de Araucária, um policial militar de Colombo e o “preso de confiança”, identificado como Patrick. Ainda restam um agente carcerário e quatro policiais, entre eles o delegado Silvan Pereira.

Carceragens

Os policiais civis detidos foram levados para a carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, na Vila Izabel. Eles ficaram sob custódia da Corregedoria, que investiga paralelamente as denúncias de tortura. O PM foi levado para o Quartel do Comando Geral e o guarda municipal se entregou ao Gaeco por volta das 20h.

Os promotores do Gaeco também haviam pedido afastamento de nove policiais, porém, apenas seis solicitações foram aceitas pela juíza Aline Passos, da 1.ª Vara Criminal de Colombo. Dois deles pertencem ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e os outros quatro são da delegacia do Alto Maracanã, unidade que detém o maior número de policiais suspeitos de tortura.

“Os pedidos de prisão e afastamento foram fundamentados em evidências de que esses funcionários públicos participaram dos fatos pelos quais estão sendo acusados. Não descartamos a possibilidade de pedir mais depoimentos.

Outras pessoas podem ser investigadas”, declarou o procurador de Justiça e coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti. Ele explicou que caso os agentes públicos sejam condenados, serão destituídos definitivamente do cargo que ocupam e cumprirão pena em regime fechado.

Tortura

Além de torturas na delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, onde o inquérito do assassinato da jovem foi iniciado pelo delegado Silvan, os quatro presos disseram que foram agredidos em outras três delegacias, antes de serem levados para a Casa de Custódia de Curitiba (CCC), de onde foram soltos anteontem.

Eles relataram ter sofrido vários tipos de violência física, desde agressões, choques e afogamento. O caso mais grave foi o de Adriano, que sofreu violência sexual, aplicada pelo “preso de confiança”, colocado na mesma cela que ele por policiais.

As quatro vítimas de tortura estão em um abrigo do Ministério Público. Hoje, uma comissão irá avaliar se eles podem ser inseridos em programa de proteção de testemunha.