Família de bailarina morta no bairro Cajuru pede paz

Moradores do Cajuru realizaram, no sábado à tarde (16), uma caminhada pela paz, em homenagem à bailarina Joyce Izabela da Silva, 18 anos, que foi brutalmente assassinada no sábado anterior, dia 9.

A bailarina saía de uma festa a duas quadras de sua casa, na Vila Oficinas, junto com outros cinco amigos, quando foi abordada por um rapaz na Rua Engenheiro Costa Barros, em frente à estação tubo Antonio Meireles Sobrinho. Após discutirem, ele sacou uma pistola ponto 40 e disparou cerca de nove tiros contra Joyce..

Segundo relatos de amigos, ela se desentendeu com uma moça que estava na festa e o namorado da moça foi tirar satisfações. O delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Homicídios, disse que já identificou o autor dos disparos e está pedindo a prisão dele.

Balé

De família humilde, Joyce era bailarina desde criança, professora de balé em projetos sociais e planejava estudar em Joinville (SC), por causa de uma bolsa de estudos no Balé Bolshoi. Estava temporariamente afastada da dança nos últimos dois anos por causa do nascimento do filho mais novo, de apenas seis meses, e, principalmente, por causa da morte do marido, o mecânico Nilton Lima de Souza, 21 anos.

Joyce Izabela deixou dois filhos pequenos, uma menina de três anos e meio e o bebê de seis meses. Nilton lutou durante seis meses contra um câncer. “Eles até casaram quando ele já estava doente, para garantir a pensão para as crianças. Ela sentia muita saudade dele”, contou a irmã, Jussara Francisca da Silva.r

A família relata que Joyce Izabela não era muito de sair, ainda mais após a morte do marido. “Ela não tinha inimigos e nunca se envolveu com drogas. A gente acha que é inveja mesmo”, conta a mãe de Joyce, Sueli Zannuncini, 55 anos.

A família pretende criar uma instituição com o nome da bailarina, para dar continuidade ao trabalho social que realizava. “Ela podia não ter nada, mas sempre dava um jeito de ajudar o próximo. É lindo saber que ela não vai ser só mais uma nas estatísticas”, emociona-se a irmã.