“Cabeção” deixa Sérgio Hondjakoff em evidência

Sérgio Hondjakoff já está acostumado a ser chamado de Cabeção nas ruas. A popularidade do personagem, que ele interpreta há três anos em Malhação, é tamanha que praticamente obrigou o novo autor da novelinha, Ricardo Hofstetter, a mantê-lo na trama – mesmo depois de toda a família de Cabeção sair de cena. Na verdade, boa parte do sucesso do jovem com espinhas no rosto se deve ao bom humor como ele encara os conflitos típicos da adolescência. “Cabeção não é um personagem sério, mas é tudo que os adolescentes são. Por isso todo mundo gosta”, analisa seu intérprete.

Sérgio reconhece que há muito em comum entre ele e Cabeção. Até porque o personagem vem crescendo junto com o ator. Durante as três fases do “folheteen”, Cabeção perdeu a virgindade, aprendeu a dirigir, terminou a escola e se apaixonou. E, como a vida imita a arte, tanto Sérgio quanto Cabeção ainda não sabem qual será a opção de carreira para o vestibular. “Estou em dúvida entre Cinema e Artes Cênicas. Ele não sabe se faz Informática ou Teatro”, diverte-se.

Mas Sérgio não teve a menor dúvida quando optou por ser ator. Aos quatro anos, começou uma meteórica carreira de modelo infantil. Aos sete, estreava na Globo em um especial do Dia das Crianças na extinta Escolinha do Professor Raimundo. No humorístico, o ator encarnou o filho de Rolando Lero – vivido por Rogério Cardoso -, batizado de Levando Papo. “A Deborah Secco também estreou nesse especial e está aí até hoje”, entrega.

Depois, investiu na carreira musical e tentou emplacar com um grupo infantil, ao estilo Balão Mágico e Trem da Alegria. Mas o projeto não foi longe. Em 92, Sérgio participou da minissérie Contos de Verão e, em 98, interpretou o pequeno Daniel, filho do personagem de José Mayer na novela Meu Bem Querer, de Ricardo Linhares. “Como cresci fazendo participações em tevê, nunca tive dúvidas sobre a carreira artística. Aos 10 anos, já queria fazer novela na Globo”, conta o ator, que ainda contabiliza 11 peças de teatro no currículo.

Há três anos em Malhação, Sérgio só reclama das despedidas no final de cada temporada. A última foi a mais difícil. Afinal o ator teve de dizer adeus a colegas como Giuseppe Oristâneo, Giselle Tigre e Fernanda Nobre, que formavam sua família na ficção. “No último dia em que gravamos juntos foi a maior choradeira”, confessa Sérgio, que nasceu em Nova York e herdou o sobrenome russo Hondjakoff do avô materno.

Mas nem por isso o ator se diz cansado da novelinha. Ao contrário: apesar de querer muito interpretar outros tipos na tevê, ele considera o fato de viver o mesmo personagem por tanto tempo um privilégio para poucos atores. “É um desafio encontrar novos caminhos para o Cabeção. Mas ele está amadurecendo e os autores sempre inventam alguma novidade”, pondera o ator, que também tem um outro bom motivo para continuar em Malhação. “É bem melhor do que estar desempregado!”, diz, sem rodeios -completando, aos risos, que se faltar trabalho vai pleitear uma vaga no “Video Show”, onde sempre participa das brincadeiras.

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