Operação Jaguar

PF desarticula quadrilha que promovia caçadas a onças

Integrantes de uma quadrilha de caçadores de onças foram localizados e presos ontem durante a Operação Jaguar, da Polícia Federal (PF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama). O organizador das caçadas é professor de uma universidade de Cascavel. Foram detidas 15 pessoas.

A quadrilha tinha integrantes na Argentina, Paraguai, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Eles se instalavam em fazendas próximas ao Pantanal e realizavam caçadas com armas bem equipadas, pagando por animal abatido. Se pagassem um valor à mais, tinham direito de levar a cabeça, a pele ou todo o corpo do animal, que era empalhado em Curitiba. Todos os abates eram registrados por fotos.

O responsável pela organização desses “safáris” é o professor universitário paranaense Eliseu Augusto Sicoli, preso em Sinop (MS). Ele informou aos policiais federais que, somente no ano passado, foram abatidas 29 onças. Não está descartada a possibilidade de a quadrilha também ter promovido caçadas na África, trazendo para o Brasil peles de animais ou até marfim, que tem a comercialização proibida.

Estrangeiros

As investigações começaram há um ano. Foram cumpridos sete mandados de prisão temporária, três no Paraná, dois no Mato Grosso e dois no Mato Grosso do Sul. Outros 14 de busca e apreensão foram cumpridos nos três estados. Foram presas oito pessoas antes de uma caçada em Sinop (MS), sendo quatro argentinos, um paraguaio e três brasileiros. Só em Cascavel e Corbélia, a polícia apreendeu projéteis de vários calibres, 25 armas longas, cinco revólveres, além de peles de animais e animais empalhados. Célio Néri Prediger, residente em Corbélia, está foragido. Os acusados respondem por caça ilegal, porte ilegal de arma de fogo e formação de quadrilha.