Executado por oferecer cerveja para uma garota

No dia em que participou da crisma de seus filhos, Adenilson Gavleta, 33 anos, o “Jiló”, foi assassinado a tiros dentro de um bar no Jardim Sol Nascente, bairro Capela Velha, em Araucária. Segundo testemunhas, a vítima pagou uma cerveja para a noiva de um cliente do bar que ficou furioso e atirou.

O crime aconteceu por volta de 18h20, no CDA Snooker bar, situado na Rua Pomba. Adenilson estacionou seu caminhão na frente do boteco e foi sentar-se diante do balcão, no canto do bar.

Ele já havia tomado duas cervejas, quando teria oferecido a bebida à moça. Segundo apurou o investigador Valtecir, o noivo dela, conhecido como “Pê”, jogava sinuca.

Quando a partida terminou, o outro jogador foi embora e “Pê”, que já tinha consumido 12 garrafas de cerveja, voltou para o lado da noiva. No balcão, o suspeito cismou que Adenilson estava flertando com a companheira.

O ciúme e a raiva tomaram conta de “Pê” que andou até Adenilson e disparou três tiros na cabeça dele. A perita Solange, do Instituto de Criminalística, confirmou que os disparos foram feitos à queima-roupa.

O caminhoneiro tombou morto nos fundos do bar e o assassino fugiu correndo. Mais tarde, a polícia foi até a casa do suspeito, onde encontrou apenas a namorada que foi levada para a delegacia prestar depoimento. Testemunhas contaram que “Pê” era violento e costumava bater em mulher.

Abalado no local do crime, o irmão de Adenilson não soube explicar o que aconteceu. Antes de acompanhar a retirada do corpo pelo Instituto Médico-Legal (IML), ele disse apenas que o irmão era freqüentador assíduo do boteco.

Morava no bairro Estação e que tinha três filhos. Os mais velhos são um menino de 12 e uma menina de 14. O filho mais novo tem 4 anos. Depois do crime, os parentes retiraram rapidamente o veículo da vítima da frente do bar.

Rotina

Acostumados com a onda de violência no bairro, vários moradores, inclusive crianças, insistiram em ficar na frente do estabelecimento, esperando por algum detalhe do crime e até mesmo para ver o corpo da vítima.

Por conto do alvoroço dos populares, as portas do boteco foram fechadas, mas, mesmo assim, eles não se contiveram e começaram a esmurrá-las, tomados pela curiosidade.

Tranquilo em frente de sua residência situada diante do bar, um morador não ficou surpreso ao saber do homicídio. “Esse bar está parecendo mais um açougue”, ironizou.

Há dois anos, seu cunhado também foi assassinado durante briga no bar. Outra vítima da bebedeira foi Geremias da Rocha, 20, o “Ranho”, assassinado em julho deste ano dentro do mesmo bar por dois homens que dispararam mais de 15 tiros. Pelo menos dez acertaram “Ranho”. A reportagem tentou ouvir a dona do boteco, mas ela não quis dar entrevista.