Violência

Aluno de nove anos aterroriza escola

Um garoto, de 9 anos, tem causado dor de cabeça para pais e alunos de uma escola municipal do Alto Boqueirão. O estudante da 3.ª série do ensino fundamental é acusado de agredir professores, ameaçar outros estudantes e entrar armado com faca no colégio.

Na manhã de ontem, moradores da vila se reuniram em frente à escola, para pressionar diretores e agentes do Conselho Tutelar e do Núcleo de Educação. Eles exigem que o menino seja expulso do colégio, embora isso seja proibido por lei.

Há cerca de três meses, ao tentar apartar uma briga entre o garoto e outro aluno, uma professora foi agredida a pontapés pelo menino. A violência foi tanta que ela teve que ser atendida em uma ambulância do Samu. “Ficamos numa situação complicada, porque não podemos reagir às agressões. Temos que apanhar quietos”, disse uma professora, que não quis se identificar.

Afastado

Por volta das 8h de ontem, pais e alunos exigiam solução para o problema. “Ele já bateu em inspetores e ameaça alguns alunos de morte”, disse um estudante. “Falou que ia trazer um revólver e atirar na gente”, contou outro.

Diretores da escola e agentes do Conselho Tutelar e do Núcleo de Educação fizeram uma reunião para debater o caso. “Nenhuma criança pode ser expulsa do colégio. O menino será afastado até a semana que vem, quando faremos nova reunião”, explicou a conselheira tutelar Dagmar Nascimento. “É um caso delicado, porque o menino precisa de tratamento. Pedimos tolerância para resolver essa situação da melhor maneira possível.”

Falta de estrutura familiar

A família do garoto garantiu que o menino está fazendo tratamento e tomando medicamentos. A criança admitiu que agrediu alunos e professores e alegou que brigou porque foi xingado.

A avó contou que o neto não teve boa estrutura familiar. “Ele foi abandonado pela mãe logo nos primeiros meses de vida e, desde então, tomo conta dele. O pai, que é carpinteiro, trabalha em Paranaguá e tem dificuldade para vir ver o filho”, disse.

O garoto estuda na escola há um ano e meio, mas somente nos últimos meses começou a dar problema. “Em casa, ele é bem tranquilo e gosta de brincar. Mas suas notas no colégio estão fracas.” O tio é quem leva o menino para o psicólogo. “O tratamento começou há cerca de um mês e, desde o início da semana, ele toma remédio para se acalmar.”