Pinhais

Trem arrasta ônibus por mais de 100 metros

A colisão entre um ônibus da Linha Privê, da empresa Expresso Azul, e um trem da América Latina Logística (ALL) deixou uma mulher morta e três pessoas feridas, no final da tarde de ontem, dentre elas o motorista da empresa.

O acidente ocorreu por volta das 18h30, no cruzamento da Rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel com a linha férrea, próximo ao Carrefour Pinhais. O veículo foi arrastado por mais de 100 metros, até cair do lado esquerdo da linha ferrea. A lateral esquerda do coletivo ficou inteiramente destruída.

Suspeita-se que o motorista tentou cruzar a linha antes da passagem do trem, mas não teve tempo e foi atingido pela composição. Às 20h15 de ontem, a rodovia ainda estava parcialmente bloqueada. Policiais do Batalhão de Trânsito controlaram o fluxo de automóveis e impediram a formação de filas muito longas no trecho.

De acordo com capitão Donati, do Corpo de Bombeiros, uma mulher morreu e o motorista teve lesões graves em um dos pés. As causas do acidente, informou ele, devem ser conhecidas dentro de 30 dias, após emissão de laudos periciais.

Os diretores da empresa de ônibus prometeram se pronunciar hoje sobre o acidente. Eles não informaram o nome do motorista nem o do cobrador, que seguiam do bairro Privê (atual Jardim Amélia) para o terminal de Pinhais. As vítimas foram encaminhadas ao Hospital Cajuru.

ALL

Dirigentes da ALL estiveram no local, para acompanhar o trabalho de resgate. De acordo com o que o maquinista relatou aos seus superiores, ele seguiu todos os procedimentos de segurança necessários, inclusive o acionamento da buzina. A atitude, diz a empresa, pode ser comprovada através dos registros na caixa-preta do computador de bordo do trem.

O cruzamento, diz a ALL, apesar de ser considerado crítico, possui a sinalização obrigatória, como placa de “Pare”, a cruz-de-santo-andré (indicativa de cruzamento férreo) e redutores de velocidade.

Além disso, possui o sinaleiro visual e sonoro, que é uma sinalização passiva (não obrigatória) e estava funcionando no momento do acidente. De acordo com a legislação, todo motorista é obrigado a parar no cruzamento férreo antes de passar.

A composição possuía 47 vagões e seguia de Curitiba a Paranaguá. Estava carregada com soja, farelo e madeira e pesava 3.200 toneladas. Por conta do peso, um trem como este precisa de 500 metros a um quilômetro para parar totalmente. Por isso tem a preferência em um cruzamento viário.

Moradores

Uma multidão acompanhou os trabalhos de socorro. Os moradores do bairro Maria Antonieta se queixam que são frequentes os acidentes que envolvem as composições da ALL. Eles afirmam que não há sinalização adequada e mesmo o trem acionando o apito, a rodovia é muito barulhenta e nos horários de pico é impossível escutar.